sábado, 21 de abril de 2012

Bem-Aventurado os puros



nada do quer aprender o pouco com aqueles que foram vencedores do inferno
santo afonso de ligório sempre busca direcionar seus artigos e livros aos
sacerdote, mais dar pra extrair pra nós um pouco dessa virtude.



I. EXCELÊNCIA DA CASTIDADE

Ninguém melhor que o Espírito Santo saberá apreciar o valor da castidade. Ora,
Ele diz: "Tudo o que se estima não pode ser comparado com uma alma continente" (Ecli
26, 20), isto é, todas as riquezas da terra, todas as honras, todas as dignidades, não lhe
são comparáveis. Santo Efrém chama a castidade de "a vida do espírito"; São Pedro
Damião, "a rainha das virtudes"; e São Cipriano diz que, por meio dela, se alcançam os
triunfos mais esplêndidos. Quem supera o vício contrário à castidade, facilmente
triunfará de todos os mais; quem, pelo contrário, se deixa dominar pela impureza,
facilmente cairá em muitos outro vícios e far-se-á réu de ódio, injustiça, sacrilégio, etc.
A castidade faz do homem um anjo. "Ó castidade, exclama Santo Efrém (De
cast.), tu fazes o homem semelhante aos anjos". Essa comparação é muito acertada, pois
os anjos vivem isentos de todos os deleites carnais; eles são puros por natureza; as
almas castas, por virtude. "Pelo mérito desta virtude, diz Cassiano (De Coen. Int., 1. 6,
c. 6), assemelham-se os homens aos anjos"; e São Bernardo (De mor. et off., ep., c. 3):

"O homem casto difere do anjo não em razão da virtude, mas da bem-aventurança; se a
castidade do anjo é mais ditosa, a do homem é mais intrépida". "A castidade torna o
homem semelhante ao próprio Deus, que é um puro espírito", afirma São Basílio (De
ver. virg.).

O Verbo Eterno, vindo a este mundo, escolheu para Sua Mãe uma Virgem, para
pai adotivo um virgem, para precursor um virgem, e a São João Evangelista amou com
predileção porque era virgem, e, por isso, confiou-lhe Sua santa Mãe, da mesma forma
como entrega ao sacerdote, por causa de sua castidade, a santa Igreja e Sua própria
Pessoa.

Com toda a razão, pois, exclama o grande doutor da Igreja, Santo Atanásio (De
virg.): 'Ó santa pureza, és o templo do Espírito Santo, a vida dos Anjos e a coroa dos
Santos!".

Grande, portanto, é a excelência da castidade; mas também terrível é a guerra
que a carne nos declara para no-la roubar. Nossa carne é a arma mais poderosa que
possui o demônio para nos escravizar; é, por isso, coisa muito rara sair-se ileso ou
mesmo vencedor deste combate. Santo Agostinho diz (Serm. 293): "O combate pela
castidade é o mais renhido de todos: ele repete-se cotidianamente, e a vitória é rara".
"Quantos infelizes que passaram anos na solidão, exclama São Lourenço Justiniano, em
orações, jejuns e mortificações, não se deixaram levar, finalmente, pela concupiscência
da carne, abandonaram a vida devota da solidão e perderam, com a castidade, o próprio
Deus!"

Por isso, todos os que desejam conservar a virtude da castidade devem ter suma
cautela: "É impossível que te conserves casto, diz São Carlos Borromeu, se não vigiares
continuamente sobre ti mesmo, pois negligência traz consigo mui facilmente a perda da
castidade".


II. DA VIGILÂNCIA SOBRE OS PENSAMENTOS

1) A respeito dos maus pensamentos encontra-se, muitas vezes, um duplo
engano:
a) Almas que temem a Deus e não possuem o dom do discernimento e são
inclinadas aos escrúpulos, pensam que todo mau pensamento que lhes sobrevêm é já um
pecado. Elas estão enganadas, porque os maus pensamentos em si não são pecados, mas
só e unicamente o consentimento neles. A malícia do pecado mortal consiste toda e só
na má vontade, que se entrega ao pecado com claro conhecimento de sua maldade e
plena deliberação de sua parte. E, por isto, Santo Agostinho ensina que não pode haver
pecado onde falta o consentimento da vontade.
Por mais que sejamos atormentados pelas tentações, pela rebelião de nossos
sentidos, pelas comoções ou sensações desregradas de nossa natureza corpórea, não
existe pecado algum enquanto faltar o consentimento, como ensina também São
Bernardo, dizendo: "O sentimento não causa dano algum, contanto que não sobrevenha
o consentimento".

Para consolar tais almas timoratas e escrupulosas, quero oferecer-lhes aqui uma
regra prática, aceita por quase todos os teólogos: Quando uma alma que teme a Deus e
detesta o pecado, duvida se consentiu ou não em um mau pensamento, não está
obrigada a confessar-se disso, porque, em tal caso, se tivesse realmente cometido um
pecado mortal, não estaria em dúvida a esse respeito, porque o pecado mortal, para uma
alma que teme a Deus, é um monstro tão horrendo, que não poderá ter entrada em seu
coração sem o perceber.

b) Outros, que possuem uma consciência mais relaxada e são mal instruídos,
julgam, pelo contrário, que os maus pensamentos nunca são pecados, mesmo havendo
consentimento neles, contanto que não se chegue a praticar. Este erro é muito mais
pernicioso que o primeiro. O que se não pode fazer, não se pode também desejar; por
isso, o mau pensamento em si contêm toda a malícia do ato. Assim como as más obras
nos separam de Deus, também os maus pensamentos nos afastam d'Ele e nos privam de
Sua graça. "Pensamentos perversos nos separam de Deus" (Sab 1, 3). Como as más
obras estão patentes aos olhos de Deus, também Sua vista alcança todos os nossos maus
pensamentos para condená-los e puni-los, pois "um Deus de ciência é o Senhor, e diante
d'Ele estão patentes todos os pensamentos" (I Rs 2, 3).
2) Logo, nem todos os maus pensamentos são pecados, e nem todos os que são
pecados trazem em si o mesmo cunho de malícia. Devemos considerar três coisas
quando se trata de um pecado de pensamento, a saber: a sugestão, a deliberação e o
consentimento. Alguns esclarecimentos a esse respeito:
a) Sob a palavra sugestão entende-se o primeiro pensamento que nos incita a
praticar o mal que nos vem à mente. Esta instigação ou incitamento ainda não é pecado;
se a vontade a repele imediatamente, é mesmo uma fonte de merecimentos. "Para cada
tentação a que opuseres resistência, se te deverá uma coroa", diz Santo Antão. Até os
Santos foram perseguidos por tais pensamentos. São Bento revolveu-se sobre os
espinhos para vencer uma tentação impura, e São Pedro de Alcântara lançou-se em poço
de água gelada. São Paulo nos informa que também ele foi tentado contra a pureza: "E
para que a grandeza das revelações não me ensoberbesse, foi-me dado um espinho em
minha carne, um anjo de satanás para me esbofetear" (2 Cor 12, 7). O Apóstolo suplicou
várias vezes ao Senhor que o livrasse desse inimigo: "Por essa causa roguei ao Senhor
três vezes que o afastasse de mim". O Senhor não quis, porém, dispensá-lo do combate,
e respondeu-lhe: "Basta-te a minha graça". E por que não queria o Senhor livrá-lo? Para
que adquirisse maiores méritos por sua resistência à tentação: "Porque a virtude se
aperfeiçoa na fraqueza". São Francisco de Sales diz que quando um ladrão procura
arrombar uma porta, é porque não está ainda dentro da casa; assim também, quando o
demônio tenta uma alma, é porque se acha ela ainda na graça de Deus.
Santa Catarina de Sena foi uma vez horrivelmente atormentada pelo demônio,
durante três dias, com fortes tentações impuras. Apareceu-lhe então o Senhor para
consolá-la, e ela perguntou-lhe: - Mas onde estivestes, Senhor meu, durante estes três
dias? Jesus respondeu-lhe: Dentro do teu coração, dando-te força para resistires à
tentação. E o Senhor deu-lhe a conhecer que o seu coração estava, depois da tentação,
mais puro que antes.

b) À sugestão segue-se a deleitação. Quando nos damos ao trabalho de repelir
imediatamente a tentação, sentimos nela uma certa complacência ou prazer, que nos vai
arrastando ao consentimento. Mesmo então, se a vontade não dá seu assentimento, não
há pecado mortal; quando muito, poderá haver pecado venial. Se, porém, não
recorrermos então a Deus e não nos esforçarmos por resistir à tentação, facilmente nos
sentiremos arrastados ao consentimento e perdidos, segundo as palavras de Santo
Anselmo (De similit., c. 40): "Se não procuramos impedir a deleitação, ela se
transformará em consentimento e matará a alma".
Uma senhora, que tinha fama de santa, teve, um dia, um mau pensamento, que
não repeliu imediatamente, e pecou por pensamento. Por vergonha deixou de confessar
esse pensamento criminoso e morreu, pouco depois, em estado de pecado. Porque
morreu com fama de santidade, mandou o bispo que fosse sepultada em sua própria
capela. No dia seguinte, porém, apareceu-lhe ela, toda circundada de fogo, e confessoulhe,
infelizmente já tarde demais, que estava condenada por ter consentido num mau
pensamento.


c) Toda a malícia do mau pensamento está, porém, no consentimento. Havendo
pleno consentimento, perde-se a graça de Deus e chama-se sobre si a condenação
eterna, quer se tenha o desejo de cometer um pecado determinado, quer se pense ou
reflita com prazer no pecado como se o estivesse cometendo. Esta última espécie de
pecado chama-se uma deleitação deliberada ou morosa, e deve-se distinguir bem da
primeira, isto é, do pecado de desejo.
3) Se fores, pois, molestada por tais tentações, alma cristã, não deves perder a
coragem, antes, animosamente combater, empregando os meios que te vou indicar, e
não sucumbirás:

a) O primeiro é humilhar-se continuamente diante de Deus. O Senhor castiga
muitas vezes os espíritos soberbos, permitindo que caiam em qualquer pecado impuro.
Sê, pois, humilde, e não confies em tuas próprias forças. Davi confessa que caiu no
pecado por não ter se humilhado e ter confiado demais em si mesmo: "Antes de me
haver humilhado, eu pequei" (Sl 118, 67). Devemos temer sempre a nossa própria
fraqueza e colocar em Deus toda a nossa confiança, esperando firmemente que nos
preserve desse vício.

b) O segundo meio é recorrer imediatamente a Deus, sem entrar em diálogo com
a tentação. Logo que se apresentar ao nosso espírito um pensamento impuro, devemos
elevar a Deus imediatamente o nosso pensamento ou dirigi-lo a qualquer objeto
indiferente. A coisa melhor será invocar imediatamente os Santíssimos Nomes de Jesus
e Maria, e não cessar de repeti-los até desaparecer a tentação. Se ela for muito forte,
será bom repetir muitas vezes o seguinte propósito: Ó meu Deus, prefiro morrer a Vos
ofender. Peça-se socorro, dizendo: Ó meu Jesus, socorrei-me. Maria, assisti-me. Os
Nomes de Jesus, Maria e José possuem uma força especial para afugentar as tentações
do demônio.

c) O terceiro meio é a recepção assídua dos Santos Sacramentos da Confissão e
da Comunhão. É de suma importância revelar quanto antes ao confessor as tentações
impuras. "Uma tentação revelada já está meio vencida", diz São Filipe Néri. E se
alguém teve a infelicidade de consentir em uma tentação, não se demore nenhum
instante em se confessar disso. São Filipe Néri livrou um rapaz desse vício, induzindo-o
a confessar-se logo depois de cada queda.

A Santa Comunhão, está fora de dúvida, confere uma grande força na resistência
às tentações desonestas. O Sangue de Jesus Cristo, que recebemos na Sagrada
Comunhão, é chamado pelos Santos de 'Vinho gerador de Virgens' (Zac 9, 17). O vinho
natural é um perigo para a castidade; este Vinho Celestial é o seu conservador.

d) O quarto meio é a devoção à Imaculada Mãe de Deus, que é chamada a
Virgem das Virgens. Quantos jovens não se conservaram puros e castos como Anjos,
devido à devoção à Santíssima Virgem!

e) O quinto meio é a fuga da ociosidade. O Espírito Santo diz (Ecli 33, 21): "A
ociosidade ensina muita coisa má", isto é, ensina a cometer muitos pecados. E o profeta
Ezequiel (Ez 16, 49), assevera que foi a ociosidade a causa das abominações e ruína
final dos habitantes de Sodoma. Conforme São Bernardo, a ociosidade motivou a queda
de Salomão. Por isso São Jerônimo exorta a Rústico (Ep. ad Rust., 2) que esteja sempre
ocupado, para que o demônio não o preocupe com suas tentações. "Quem trabalha é
tentado por um demônio só; quem vive ocioso, é atacado por uma multidão deles", diz
São Boaventura.

f) O sexto meio consiste no emprego de todas as precauções exigidas pela
prudência, tais como a modéstia dos olhos, a vigilância sobre as inclinações do coração,
a fugida das ocasiões perigosas, etc.


tirado do livro tratado da castidade
Santo Afonso De Maria Ligório
pode ser  baixado   aqui



terça-feira, 17 de abril de 2012

prática de mortificações excelência da alma



coloco aqui algumas das prática de mortificação pra que nós possamos entrelaçar-nos
no mesmo objetivo que é de almejar a morte do homem velho, pra vi a tona o homem
novo, não que eu já esteja bem preparado, mais eu e você vamos nos esforçar.

que o senhor nos ajude,e nos  der sua graça, e a virgem  mãe nos auxilie.



Livre-tradução do Artigo “La mortificación cristiana” do Cardeal Desidério José Mercier (1851-1926) publicado em “Cuadernos de La Reja” número 2 do Seminário Internacional Nossa Senhora Corredentora da FSSPX.


Nota: Todas as práticas de mortificação que reunimos aqui são recolhidas dos exemplos dos santos, especialmente Santo Agostinho, Santo Tomás de Aquino, Santa Teresa, São Francisco de Sales, São João Berchmans, ou são recomendadas por reconhecidos mestres da vida espiritual, como o Venerável Louis de Blois, Rodriguez, Scaramelli, Abade Allemand, Abade Hamon, Abade Dubois, etc.


Artigo 1 – Objeto da mortificação cristã

A mortificação cristã tem por fim neutralizar as influências malignas que o pecado original ainda exerce nas nossas almas, inclusive depois que o batismo as regenerou. Nossa regeneração em Cristo, ainda que anulou completamente o pecado em nós, nos deixa sem embargo muito longe da retidão e da paz originais. O Concílio de Trento reconhece que a concupiscência, ou seja, o triplo apetite da carne, dos olhos e do orgulho, se deixa sentir em nós, inclusive depois do batismo, afim de excitar-nos às gloriosas lutas da vida cristã (Conc. Trid., Sess. 5, Decretum de pecc. orig.).


A Escritura logo chama esta tripla concupiscência de “homem velho“, oposto ao “homem novo” que é Jesus que vive em nós e nós mesmos que vivemos em Jesus, como “carne” ou natureza caída, oposta ao “espírito” ou natureza regenerada pela graça sobrenatural. Este velho homem ou esta carne, ou seja, o homem inteiro com sua dupla vida moral e física, deve ser, não digo aniquilado, porque é coisa impossível enquanto dure a vida presente, mas sim mortificado, ou seja, reduzido praticamente à impotência, à inércia e à esterilidade de um morto; há que impedir-lhe que dê seu fruto, que é o pecado, e anular sua ação em toda a nossa vida moral.


A mortificação cristã deve, portanto, abraçar o homem inteiro, estender-se a todas as esferas de atividade nas quais a natureza é capaz de mover-se. Tal é o objeto da virtude de mortificação. Vamos indicar sua prática, recorrendo sucessivamente as manifestações múltiplas de atividade em que se traduz em nós:

I) A atividade orgânica ou a vida corporal;

II) A atividade sensível, que se exerce seja debaixo da forma do conhecimento sensível pelos sentidos exteriores ou pela imaginação, seja debaixo da forma de apetite sensível ou de paixão;

III) A atividade racional e livre, princípio de nossos pensamentos e de nossos juízos, e das determinações de nossa vontade;

IV) Consideraremos a manifestação exterior da vida de nossa alma, ou nossas ações exteriores;

V) E, finalmente, o intercâmbio de nossas relações com o próximo.

Artigo 2 – Exercício da mortificação cristã

A. Mortificação do corpo

1º Limite-se, tanto quanto possa, em matéria de alimentos, ao estritamente necessário. Medite estas palavras que Santo Agostinho dirigia a Deus: “Me ensinastes, oh meu Deus, a pegar os alimentos somente como remédios. Ah, Senhor!, aqui quem de entre nós não vai além do limite? Se há um só, declaro que este homem é grande e que deve grandemente glorificar vosso nome” (Confissões, liv. X, cap. 31);

2º Roga a Deus com frequência, roga-lhe a cada dia que lhe impeça, com Sua graça, de transpassar os limites da necessidade, ou deixar-se levar pelo atrativo do prazer;

3º Não pegue nada entre as refeições, ao menos que haja alguma necessidade ou razões de conveniência;

4º Pratique a abstinência e o jejum, mas pratique-os somente debaixo da obediência e com discrição;

5º Não lhe está proibido saborear alguma satisfação corporal, mas faça-o com uma intenção pura e bendizendo a Deus;

6º Regule seu sono, evitando nisto toda relaxação ou molície, sobretudo pela manhã. Se pode, fixe-se uma hora para deitar-se e levantar-se, e obrigue-se a ela energicamente;

7º Em geral, não descanse senão na medida do necessário; entregue-se generosamente ao trabalho, e não meça esforços e penas. Tenha cuidado para não extenuar seu corpo, mas guarde-se também de agradá-lo: quando sentir que ele está disposto a rebelar-se, por pouco que seja, trate-o como a um escravo;

8º Se sente alguma ligeira indisposição, evite irritar-se com os demais por seu mal humor; deixe aos seus irmãos o cuidado de queixar-se; pelo que lhe cabe, seja paciente e mudo como o divino Cordeiro que levou verdadeiramente todas as nossas enfermidades;

9º Guarde-se de pedir uma dispensa ou revogação à sua ordem do dia pelo mínimo mal-estar. “Há que fugir como da peste de toda dispensa em matéria de regras“, escrevia São João Berchmans;

10º Receba docilmente, e suporte humilde, paciente e perseverantemente a mortificação penosa que se chama doença.

B. Mortificação dos sentidos, da imaginação e das paixões

1º Feche seus olhos, diante de tudo e sempre, a todo espetáculo perigoso, e inclusive tenha a valentia de fechá-los a todo espetáculo vão e inútil. Veja sem olhar; não se fixe em ninguém para discernir sua beleza ou feiúra;

2º Tenha seus ouvidos fechados às palavras bajuladoras, aos louvores, às seduções, aos maus conselhos, às maledicências, às zombarias que ferem, às indiscrições, à crítica malévola, às suspeitas comunicadas, a toda palavra que possa causar o menor esfriamento entre duas almas;

3º Se o sentido do olfato tem que sofrer algo por consequência de certas doenças ou debilidades do próximo, longe de queixar-se disso, suporte-o com uma santa alegria;

4º No que concerne à qualidade dos alimentos, seja muito respeitoso do conselho de Nosso Senhor: “Comei o que vos for apresentado“. “Comer o que é bom sem comprazer-se nisto, o que é mau sem mostrar aversão, e mostrar-se indiferente tanto em um como no outro, esta é a verdadeira mortificação“, dizia São Francisco de Sales;

5º Ofereça a Deus suas comidas, imponha-se na mesa uma pequena privação: por exemplo, negue-se um grão de sal, um copo de vinho, uma guloseima, etc.; os demais não o perceberão, mas Deus o terá em conta;

6º Se o que lhe apresentam excita vivamente seu atrativo, pense no fel e no vinagre que apresentaram a Nosso Senhor na cruz: isto não lhe impedirá de saborear o manjar, mas servirá de contrapeso ao prazer;

7º Há que evitar todo contato sensual, toda carícia em que se poria certa paixão, em que se buscaria ou onde se teria um gozo principalmente sensível;

8º Prescinda de ir aquecer-se ao menos que lhe seja necessário para evitar-lhe uma indisposição;

9º Suporte tudo o que aflige naturalmente a carne; especialmente o frio do inverno, o calor do verão, a dureza da cama e todas as incomodidades do gênero. Faça boa cara em todos os tempos, sorria a todas as temperaturas. Diga com o profeta: “Frio, calor, chuva, bendizei ao Senhor“. Felizes se podemos chegar a dizer com gosto esta frase tão familiar a São Francisco de Sales: “Nunca estou melhor do que quando não estou bem“;

10º Mortifique sua imaginação quando lhe seduz com a isca de um posto brilhante, quando se entristece com a perspectiva de um futuro sombrio, quando se irrita com a recordação de uma palavra ou de um ato que o ofendeu;

11º Se sente em você a necessidade de sonhar, mortifique-a sem piedade;

12º Mortifique-se com o maior cuidado sobre o ponto da impaciência, da irritação ou da ira;

13º Examine a fundo seus desejos, e submeta-os ao controle da razão e da fé: você não deseja mais uma vida longa que uma vida santa? prazer e bem-estar sem tristeza nem dores, vitórias sem combates, êxitos sem contrariedades, aplausos sem críticas, uma vida cômoda e tranquila sem cruzes de nenhum tipo, ou seja, uma vida completamente oposta à de nosso divino Salvador?

14º Tenha cuidado de não contrair certos costumes que, sem ser positivamente maus, podem chegar a ser funestos, tais como o costume de leituras frívolas, dos jogos de azar, etc.;

15º Trate de conhecer seu defeito dominante, e quando o tiver conhecido, persiga-o até suas últimas pregas. Por isso, submeta-se com boa vontade ao que poderia ter de monótono e de entediado na prática do exame particular;

16º Não lhe está proibido ter bom coração e mostrá-lo, mas fique atento para o perigo de exceder o justo meio. Combata energicamente os afetos demasiado naturais, as amizades particulares, e todas as sensibilidades moles do coração.

C. Mortificação do espírito e da vontade

1º Mortifique seu espírito proibindo-lhe todas as imaginações vãs, todos os pensamentos inúteis ou alheios que fazem perder o tempo, dissipam a alma, e provocam o desgosto do trabalho e das coisas sérias;

2º Deve distanciar de seu espírito todo pensamento de tristeza e de inquietude. O pensamento do que poderá suceder no futuro não deve preocupá-lo. Quanto aos maus pensamentos que o molestam, deve fazer deles, distanciando-os, matéria para exercer a paciência. Se são involuntários, não serão para você senão uma ocasião de méritos;

3º Evite a teimosia em suas ideias, e a obstinação em seus sentimentos. Deixe prevalecer de boa vontade o juízo dos demais, salvo quando se trate de matérias em que você tem o dever de pronunciar-se e falar;

4º Mortifique o órgão natural de seu espírito, ou seja, a língua. Exerça-se de boa vontade no silêncio, seja porque sua Regra o prescreve, seja porque você o impõe espontaneamente;

5º Prefira escutar os demais do que falar você mesmo; mas, sem embargo, fale quando convenha, evitando tanto o excesso de falar demasiado, que impede os demais expressar seus pensamentos, como o de falar demasiado pouco, que denota indiferença que fere ao que dizem os demais;

6º Não interrompa nunca quem fala, e não corte com uma resposta precipitada quem lhe pergunta;

7º Tenha um tom de voz sempre moderado, nunca brusco nem cortante. Evite os “muito”, os “extremamente”, os “horrivelmente”, etc.: não seja exagerado em seu falar;

8º Ame a simplicidade e a retidão. A simulação, os rodeios, os equívocos calculados que certas pessoas piedosas se permitem sem escrúpulo, desacreditam muito a piedade;

9º Abstenha-se cuidadosamente de toda palavra grosseira, trivial ou inclusive ociosa, pois Nosso Senhor nos adverte que nos pedirá conta delas no dia do Juízo;

10º Acima de tudo, mortifique sua vontade; é o ponto decisivo. Adapte-a constantemente ao que sabe ser do beneplácito divino e da ordem da Providência, sem ter nenhuma conta nem de seus gostos nem de suas aversões. Submeta-se inclusive a seus inferiores nas coisas que não interessam para a glória de Deus e os deveres de seu cargo;

11º Considere a menor desobediência às ordens e inclusive aos desejos de seus Superiores como dirigida a Deus;

12º Lembre-se de que praticará a maior de todas as mortificações quando ame ser humilhado e quando tenha a mais perfeita obediência àqueles a quem Deus quer se se submeta;

13º Ame ser esquecido e ser tido por nada: é o conselho de São João da Cruz, é o conselho da Imitação: não fale apenas de si mesmo nem para bem nem para mal, senão busque pelo silêncio fazer-se esquecer;

14º Diante de uma humilhação ou repreensão, se sente tentado a murmurar. Diga como Davi: “Melhor assim! Me é bom ser humilhado!“;

15º Não entretenha desejos frívolos: “Desejo poucas coisas, e o pouco que desejo, o desejo pouco“, dizia São Francisco;

16º Aceite com a mais perfeita resignação as mortificações chamadas de Providência, as cruzes e os trabalhos unidos ao estado em que a Providência o pôs. “Quanto menos há de nossa eleição, mais há de beneplácito divino“, dizia São Francisco de Sales. Queríamos escolher nossas cruzes, ter outra distinta da nossa, levar uma cruz pesada que tivesse ao menos algum brilho, antes que uma cruz ligeira que cansa por sua continuidade: Ilusão! Devemos levar nossa cruz, e não outra, e seu mérito não se encontra em sua qualidade, senão na perfeição com que a levamos;

17º Não se deixe turbar pelas tentações, pelos escrúpulos, pelas aridezes espirituais: “o que se faz durante a sequidão é mais meritório diante de Deus do que o que se faz durante a consolação“, dizia o santo bispo de Genebra;

18º Não devemos entristecer-nos demasiado por nossas misérias, senão mais bem humilhar-nos. Humilhar-se é uma coisa boa, que poucas pessoas compreendem; inquietar-se e impacientar-se é uma coisa que todo o mundo conhece e que é má, porque nesta espécie de inquietude e de despeito o amor próprio tem sempre a maior parte;

19º Desconfiemos igualmente da timidez e do desânimo, que fazem perder as energias, e da presunção, que não é mais do que o orgulho em ação. Trabalhemos como se tudo dependesse de nossos esforços, mas permaneçamos humildes como se nosso trabalho fosse inútil.

D. Mortificações que há que praticar em nossas ações exteriores

1º Deve ser o mais exato possível em observar todos os pontos de sua regra de vida, obedecer sem demora, lembrando-se de São João Berchmans, que dizia: “Minha maior penitência é seguir a vida comum“; “Fazer o maior caso das menores coisas, tal é o meu lema“; “Antes morrer que violar uma só de minhas regras!“;

2º No exercício de seus deveres de estado, trate de estar muito contente com tudo o que parece feito de propósito para desagradá-lo e molestá-lo, lembrando-se também aqui da frase de São Francisco de Sales: “Nunca estou melhor quando não estou bem“;

3º Não conceda jamais um momento à preguiça; da manhã à noite, esteja ocupado sem descanso;

4º Se sua vida se passa dedicada, ao menos em partes, ao estudo, aplique os seguintes conselhos de Santo Tomás de Aquino aos seus alunos: “Não se contentem com receber superficialmente o que lêem ou escutam, senão tratem de penetrar e aprofundar seu sentido. – Não fiquem nunca com dúvidas sobre o que podem saber com certeza. – Trabalhem com uma santa avidez em enriquecer seu espírito; classifiquem com ordem em sua memória todos os conhecimentos que possa adquirir. – Sem embargo, não tratem de penetrar os mistérios que estão por acima de sua inteligência“;

5º Ocupe-se unicamente da ação presente, sem voltar ao que precedeu nem adiantar-se pelo pensamento ao que vem a seguir; diga com São Francisco: “Enquanto faço isto, não estou obrigado a fazer outra coisa“; “Apressemo-nos com bondade: será tão logo tanto quanto esteja bom“;

6º Seja modesto em sua compostura. Nenhum porte era tão perfeito como o de São Francisco; tinha sempre a cabeça direita, evitando igualmente a ligeireza que a gira em todos os sentidos, a negligência que a inclina adiante e o humor orgulhoso e altivo que a levanta para trás. Seu rosto estava sempre tranquilo, livre de toda preocupação, sempre alegre, sereno e aberto, sem ter sem embargo uma jovialidade indiscreta, sem risadas ruidosas, imoderadas ou demasiado frequentes;

7º Quando se encontrava só mantinha-se em tão boa compostura como diante de uma grande assembleia. Não cruzava as pernas, não apoiava a cabeça no encosto. Quando rezava, ficava imóvel como uma coluna. Quando a natureza lhe sugeria seus gostos, não a escutava em absoluto;

8º Considere a limpeza e a ordem como uma virtude, e a sujeira e a desordem como um vício: evite os vestidos sujos, manchados ou rasgados. Por outra parte, considere como um vício ainda maior o luxo e o mundanismo. Faça de modo de ao ver sua vestimenta e adereços, ninguém diga: está desarrumado; nem: está elegante; senão que todo o mundo possa dizer: está decente.

E. Mortificações para praticar em nossas relações com o próximo

1º Suporte os defeitos do próximo: faltas de educação, de espírito, de caráter. Suporte tudo o que nele lhe desagrada: seu modo de andar, sua atitude, seu tom de voz, seu sotaque, e todo o resto;

2º Suporte tudo a todos e suporte até o fim e cristãmente. Não se deixe levar jamais por essas impaciências tão orgulhosas que fazem dizer: Que posso fazer de tal o qual? Em que me concerne o que diz? Para que preciso o afeto, a benevolência ou a cortesia de uma criatura qualquer, e desta em particular? Nada é menos segundo Deus que estes desprendimentos altaneiros e estas indiferenças depreciativas; melhor seria, certamente, uma impaciência;

3º Encontra-se tentado a irar-se? Pelo amor a Jesus, seja manso. De vingar-se? Devolva bem por mal. Diz-se que o segredo de chegar ao coração de Santa Teresa, era fazer-lhe algum mal. De mostrar a alguém uma cara má? Sorria com bondade. De evitar seu encontro? Busque-o por virtude. De falar mal dele? Fale bem. De falar-lhe com dureza? Fale doce e cordialmente;

4º Ame fazer o elogio de seus irmãos, sobretudo daqueles a quem sua inveja se dirige mais naturalmente;

5º Não diga acuidades em detrimento da caridade;

6º Se alguém se permite em sua presença palavras pouco convenientes, ou mantém conversações próprias para danificar a reputação do próximo, poderá às vezes repreender com doçura a quem fala, mas mais frequentemente será melhor distanciar habilmente a conversação ou manifestar por um gesto de descontentamento ou de desatenção querida que o que se está dizendo o desagrada;

7º Quando lhe custe fazer um favor, ofereça-se a fazê-lo: terá duplo mérito;

8º Tenha horror de apresentar-se diante de si mesmo ou dos demais como uma vítima. Longe de exagerar suas cargas, esforce-se em encontrá-las leves. O são em realidade muito mais frequentemente do que parece, e o seriam sempre se tivesse um pouco mais de virtude.

Conclusão

Em geral, saiba negar à natureza o que pede sem necessidade.

Saiba fazer-lhe dar o que ela nega sem razão. Seus progressos na virtude, disse o autor da Imitação de Cristo, serão proporcionais à violência que saiba fazer-se.

Dizia o santo Bispo de Genebra: “Há que morrer afim de que Deus viva em nós: porque é impossível chegar à união da alma com Deus por outro caminho que pela mortificação. Estas palavras: Há que morrer! são duras, mas serão seguidas de uma grande doçura, porque não se morre a si mesmo senão para unir-se a Deus por esta morte“.

Quisera Deus que pudéssemos aplicar-nos com pleno direito as seguintes palavras de São Paulo: “Em todas as coisas sofremos a tribulação… Trazemos sempre em nosso corpo a morte de Jesus, afim de que a vida de Jesus se manifeste também em nossos corpos” (2 Cor. 4, 10).


fonte: http://www.fsspx-brasil.com.br/exe2/?p=1822

domingo, 15 de abril de 2012

os sete sacramentos da igreja católica



   
OS SACRAMENTOS DA IGREJA CATÓLICA
Por Pe.Julio Maria

O que é um sacramento?

Procuremos, em primeiro lugar, compreender bem o que é um sacramento, donde vem e para que serve. Esta simples noção fará cair já a maior parte das objeções, como, perante a exposição clara da verdade, dissipam-se todos os erros.

O catecismo diz que "sacramento é um sinal sensível, instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, para produzir a graça em nossas almas e santificá-las."

Desta definição resulta que três coisas são exigidas para constituir um sacramento:

    a) "Um sinal sensível", representativo da natureza da graça produzida. Deve ser "sensível" porque se não pudéssemos percebê-lo, deixaria de ser um sinal. Este sinal sensível consta sempre de "matéria" e de "forma", isto é, da matéria empregada e das palavras pronunciadas pelo ministro do sacramento.

    b) Deve ser "instituído por Jesus Cristo", porque só Deus pode ligar um sinal visível a faculdade de produzir a graça. Nosso Senhor, durante a sua vida mortal, instituiu pessoalmente os sete sacramentos, deixando apenas à Igreja o cuidado de estabelecer ritos secundários, realçá-los com cerimônias, sem tocar-lhe na substância.

    c) "Para produzir a graça". Isto é, distribuir-nos os efeitos e méritos da redenção que Jesus Cristo mereceu por nós, na cruz... Os sacramentos comunicam esta graça, "por virtude própria", independente das disposições daquele que os administra ou recebe. Esta qualidade, chamada pela teologia "ex opere operato", distingue os sacramentos da "oração", das "boas obras" e dos "sacramentais", que tiram a sua eficácia "ex opere operantis" das disposições do sujeito.



Os sacramentos não são meras representações

Os protestantes ensinam que os sacramentos são meras cerimônias exteriores, testemunhando que a graça está na alma, sem o poder de infundi-la. E um erro fundamental e grosseiro.

Para provar irrefutavelmente a necessidade dos sacramentos, é preciso recorrer à sublime doutrina da graça, ou da nossa vida sobrenatural. Verdade que os protestantes não negam em seu princípio, mas em seus meios. Os sacramentos são, de fato, os meios, os canais, para transmitir-nos a graça divina, os merecimentos de Jesus Cristo.

A graça, que a teologia define "um dom sobrenatural de Deus", por causa dos méritos de Jesus Cristo, como meio de salvação, é tudo na religião católica, é sua seiva, o seu sopro, a sua alavanca.

Querendo ou não, todos os homens devem viver da graça ou se perderão eternamente. Ou escolhem a vida de Cristo que é a graça, ou a vida da carne que é o vício; a salvação ou a perdição.

Santo Agostinho define a graça da seguinte forma: "A graça é como o prazer que nos atrai... Não há nada de duro na santa violência com que Deus nos atrai... tudo é suave e benfazejo" (Sermo 133, cap. XI). Esta palavra é admirável: a graça é um verdadeiro poder atrativo, que provém à vontade, a estimula e leva a Deus, a atrai por deleitação interior, e faz amar, como por instinto, Aquele que a nossa razão devia amar acima de tudo: Deus. Este termo "atrativo" parece novo em teologia, entretanto ele é a expressão da palavra de Nosso Senhor: "Ninguém pode vir a mim, se Aquele que me enviou não o atrair" (Jo 8, 22). E esta outra: "Uma vez levantado da terra, atrairei tudo a mim - omnia traham ad meipsum" (Jo 12, 32).



O que é a graça e a necessidade dos sacramentos

A graça em seu princípio é, pois, a vida de Deus em nós: "Participatio quaedam naturae divinae", diz Santo Tomás.

Para comunicar-nos a sua vida, Deus podia agir imediatamente sobre a nossa alma; ele o faz às vezes. A simples elevação dos nossos corações, pela oração, podia produzir este efeito, mas além desta ação imediata de Deus sobre a alma, além do meio da oração, Deus instituiu meios particulares para comunicar-nos as suas graças, meios obrigados, indispensáveis: estes meios são os sacramentos.

Vejamos esta necessidade; está admiravelmente descrita por S. Paulo (Rom. 6, 1-14): "Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum" (6, 1). "Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos" (8). "O pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça" (14).

Há, pois, duas vidas em nós: a vida do pecado e a da graça. Ora, esta graça é o dom de Deus, proveniente dos méritos de Jesus Cristo. É a seiva desta graça que deve circular em nós: "Nós somos os ramos, Cristo é o tronco" (Jo 15, 4-5). Deve haver união completa, íntima entre os meios de transmissão da graça e a alma que recebe esta graça, como há união completa entre o tronco e os ramos.

Na oração e nas boas obras esta união completa não existe... Deve haver outro meio e este meio são os sacramentos. Os sacramentos tornam-se, neste sentido, os canais transmissores da graça divina às almas. Canais estabelecidos por Jesus Cristo, como veremos, e portanto necessários.



Como provar a existência dos sete sacramentos?

É um dogma, definido pelo Concílio de Trento, que existem os sacramentos e que são em número de sete, condenando o erro protestante.

São, pois, sete os sacramentos, nem mais, nem menos, contra os protestantes que nunca estiveram de acordo entre si sobre este ponto. A Igreja católica sempre ensinou e sempre ensinará que há sete sacramentos, porque assim recebeu o ensino dos Apóstolos, tanto pela Tradição, como pelo Evangelho, e assim o vai transmitindo aos séculos. Nunca houve discussão a este respeito na Igreja, embora não encontremos nos primeiros séculos a enumeração metódica que hoje empregamos na citação dos sacramentos.

Três argumentos temos às mãos para provar a tese dos sete sacramentos, e todos três são irrefutáveis:

    a) A crença dos séculos

    b) O bom-senso

    c) O Evangelho

A) Crença Secular

O primeiro argumento da crença popular desta verdade parece remontar ao século V., quando até mesmos os hereges, como os monofisitas e os nestorianos, aceitavam o número dos sete sacramentos. Em textos deles é explícito o número de sete sacramentos, recebidos da Igreja Romana.

b) O Bom-senso

É apenas argumento de conveniência, é certo, mas este argumento tem o seu valor pela analogia perfeita que estabelece entre as leis da vida natural e as leis da vida sobrenatural.

Santo tomas explica admiravelmente esta analogia. Os sete sacramentos reunidos são necessários e bastam para a vida, conservação e prosperidade espiritual, quer do corpo inteiro da Igreja, quer de cada membro em particular.

Os cinco primeiros são estabelecidos para o aperfeiçoamento pessoal, os dois últimos para o governo e a multiplicação da Igreja.

Na ordem natural, para o aperfeiçoamento pessoal, é preciso: 1o. nascer; 2o. fortificar-se; 3o. alimentar-se; 4o. curar-se na enfermidade; 5o. refazer-se nos achaques da velhice.

Para o aperfeiçoamento moral a humanidade carece de: 1o. Autoridade para governar, 2o. Propagação para perpetuar-se.

Tal é a ordem natural. Temos os mesmos elementos na ordem espiritual:

1o. O batismo é o nascimento da graça

2o. A crisma é o desenvolvimento da graça

3o. A eucaristia é o alimento da alma

4o. A penitência é a cura das fraquezas da alma

5o. A extrema-unção é o restabelecimento das forças espirituais

6o. A ordem gera a autoridade sacerdotal

7o. O matrimônio assegura a propagação dos católicos e das suas doutrinas.

Os sete sacramentos são, deste modo, como outros tantos socorros, dispostos ao longo do caminho da vida, para a infância, a juventude, a idade madura e a velhice; para as duas principais "carreiras" que se oferecem: sacerdócio e casamento.

Não se pode negar que a analogia é admirável e estabelece que deve haver sete sacramentos. Se houvesse menos, faltaria qualquer coisa; se houvesse mais, haveria um supérfluo; todas as necessidades estão preenchidas.

c) O Evangelho

Para o protestante, escravo da letra da bíblia, o último argumento deve ser o mais decisivo. Estarão expressos no Evangelho os sete sacramentos? Perfeitamente! O que o protestante não consegue entender é que Nosso Senhor não citou o número de 7, mas citou os sacramentos.

Todavia, o mesmo protestante acredita na Santíssima Trindade e Nosso Senhor nunca falou o número três para designar esse mistério, apenas disse: "Pai, Filho e Espírito Santo".

O Evangelho não fala de sete sacramentos, mas vai enumerando todos os sete, instituídos por Nosso Senhor Jesus Cristo.



O Batismo:

Sua instituição e preceito estão positivamente marcados nos seguintes textos: "Em verdade vos digo, disse Jesus a Nicodemos, quem não renascer da água e do Espírito Santo, não pode entrar no reino de Deus" (Jo 3, 5). "Ide, ensinai todas as gentes, disse Jesus a seus discípulos,batizando-as, em nome do Padre, e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28,19). "O que crer e for batizado, será salvo", promete o Salvador (Mc 16, 61). "Recebe o batismo e lava os teus pecados", disse Ananias a Saulo (At 22, 16). Os Apóstolos administravam o batismo a todos os que desejavam alistar-se na religião nova. Três mil pessoas receberam o batismo das mãos de S. Pedro, no dia de pentecostes (At 2, 38-41).



A Crisma

Os atos dos apóstolos provam que o seu rito exterior consiste na imposição das mãos, diferente do batismo que utiliza a água. Os apóstolos Pedro e João, enviados a Samaria, "punham as mãos sobre os que tinham sido batizados", e recebiam estes o Espírito Santo (At 8, 12-17). Do mesmo modo, S. Paulo, vindo a Éfeso, batizou, em nome de Jesus Cristo, discípulos de João e a "eles impôs as mãos, para que o Espírito Santo baixasse sobre eles" (At 19, 1-6).  Para que S. Paulo imporia as mãos sobre quem já era batizado se a Crisma não fosse um sacramento que confirmasse o Batismo, completando os dons do Espírito Santo? Segundo estes textos, compreende-se claramente que Pedro e João de um lado, e Paulo de outro, deram o Espírito Santo, pela imposição das mãos. Ora, uma tal prática seria ridícula, se eles o fizessem fora da vontade e das prescrições do Mestre. A Crisma é, pois, um sacramento instituído por Nosso Senhor.



A Eucaristia

 A palavra "Eucaristia" provém de duas palavras gregas "eu-cháris": "ação de graça", e designa a presença real e substancial de Jesus Cristo sob as aparências de pão e vinho.

 Essa presença não foi contestada nem mesmo por Lutero. Em carta a seu amigo Argentino (De euch. dist. I, art.) falando sobre o texto evangélico "Isto é o meu corpo", ele diz: "Eu quereria que alguém fosse assaz hábil para persuadir-me de que na Eucaristia não se contém senão pão e vinho: esse me prestaria um grande serviço. Eu tenho trabalhado nessa questão a suar; porém confesso que estou encadeado, e não vejo nenhum meio de sair daí. O texto do Evangelho é claro demais".

 Eis, em S. João, os termos de que Jesus Cristo se serviu, falando a primeira vez deste grande sacramento: "Eu sou o pão da vida; vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra. Eu sou o pão vivo, que desci do céu. Se alguém comer deste pão, viverá eternamente, e o pão que eu darei é a minha carne, para a vida do mundo" (Jo 6, 48-52).

 Que clareza nessas palavras! Que quer dizer isso: "Eu sou o pão vivo - o pão que eu darei é a minha carne". É ou não é a carne de Cristo? É ou não é Cristo que será o pão que deve ser comido? Será que Deus não saberia se expressar direito se desejasse fazer uma simples alegoria?

 E não é só isso! Nosso Senhor continua, cada vez mais positivo e mais claro: "Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. O que comer a minha carne e beber o meu sangue terá a vida eterna. Porque a minha carne é verdadeiramente comida, e o meu sangue é verdadeiramente bebida. O que come a minha carne e bebe o meu sangue, fica em mim e eu nele. O que me come... viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu... O que come este pão, viverá eternamente!" (Jo 6, 54 - 59).

 Eis um trecho claríssimo, que não deixa margem à dúvidas. Nosso Senhor afirma categoricamente: "... minha carne é verdadeiramente comida". É impossível negar algo tão claro: a carne de Cristo, dada aos homens para remissão dos pecados, é para ser comida; e quem comer desta carne "viverá eternamente".

 Cristo afirma, repete, reafirma, e explica que o pão que ele vai dar é o "seu próprio corpo" - que seu corpo é uma "comida" - que seu sangue é uma "bebida" - que é um pão celeste que dá a vida eterna. E tudo isso é positivo, repetido mais de 50 vezes, sem deixar subsistir a mais leve hesitação.

 Ao negar a presença eucarística, o protestante nega as palavras de Cristo.

 Cristo diz: "Este é o meu corpo". O protestante exclama: Não, senhor, é um pedaço de pão!

 Cristo ajunta: "Minha carne é verdadeiramente comida". O protestante objeta: Não, senhor, este pão não é tua carne!

 Cristo completa: "O que me come... viverá por mim.". O protestante insiste: Não, senhor, não comemos a ti, é simplesmente um pedaço de pão!.

 Cristo repete: "O que come a minha carne, fica em mim". O protestante discorda: Não, senhor, não é a tua carne, porque eu não o quero; é uma ceia, uma simples lembrança!... De tudo que afirmas, nada é verdade. Este pão do céu não existe... Este pão não é o teu corpo... Este vinho não é o teu sangue. Teu corpo não é comida. Teu sangue não é bebida.

 A posição dos protestantes é a posição que tomaram os fariseus: "Como pode este dar-nos a sua carne a comer?" (Jo 6, 53). Retiram-se murmurando: "É duro demais, quem pode ouvir uma tal linguagem!" (Jo 6, 67).

 Que fará Jesus, dissipa o equívoco e explica que é simbólico o que Ele acaba de dizer, para que não se perdessem os que se retiravam?

 Não! Vira-se para seus Apóstolos e, num tom que não admite réplica, pergunta: "E vós também quereis abandonar-me?" (Jo 6, 68). É como se afirmasse: quem não desejar aceitar a verdade, que retire-se com os outros! A verdade é essa e não muda.

 E S. Pedro lança este sublime brado de fé: "Senhor, para quem havemos de ir? Tu tens as palavras de vida eterna. E nós cremos e conhecemos que tu és Cristo, o Filho de Deus" (Jo 6, 67-70).

 É a cena da promessa da eucaristia, que ia sendo preparada por Nosso Senhor em seus Apóstolos, que acreditavam e amavam mesmo sem entender!

 Aos protestantes, cabe uma pergunta muito objetiva: Seria possível Cristo ser tão solene e tão claro, utilizando palavras tão majestosas e escandalizando a tantos incrédulos, apenas para prometer-nos um "pedaço de pão", que devemos comer em sua lembrança?

 Seria impossível.

 Agora, examinemos a instituição da Eucaristia.

 O dia escolhido é a véspera da morte do Messias. Em meio das ternuras lacerantes do adeus, neste momento onde, deixando aqueles que se amam, fala-se com mais coração e com mais firmeza, porque, estando para morrer, não se estará mais para explicar ou interpretar as próprias palavras. Neste momento, pois, num festim preparado com solenidade (Lc 22, 12), impacientemente desejado (Lc 22, 15), eis que se passa:

 "Quando estavam ceando, Jesus tomou o pão, benzeu-o e partiu-o, e deu-o a seus discípulos, dizendo: Tomai e comei, isto é o meu corpo, que é dado por vós - Fazei isto em memória de mim" (Lc 22, 19).

 "E tomando o cálice, deu graças, e o deu a eles, dizendo: Bebei deste todos, porque isto é o meu sangue do novo testamento, que será derramado por muitos, para a remissão do pecado" (Mt 26, 27-28)

 Que magnífica simplicidade e previsão nos termos!

 O original grego é mais forte ainda: "Isto é o meu corpo, meu próprio corpo, o mesmo que é dado por vós - Isto é meu sangue, meu próprio sangue da nova aliança, o sangue derramado por vós em remissão dos pecados".

 E no texto siríaco, tão antigo como o grego, feito no tempo dos Apóstolos, diz-se: O que se nos dá "é o próprio corpo de Jesus, seu próprio sangue".

 Não há outro sentido possível nesses textos. É a presença real afirmada, inequivocamente, pelo Messias, Redentor nosso, que derramou seu sangue na Cruz por nossos pecados.

 Que precisão nas palavras e que autoridade! Quanto poder nestas palavras: "Lázaro, sai do sepulcro!" E Lázaro sai imediatamente. "Mulher, estás curada!" E ela fica curada. "Isso é meu corpo!" E esse é o corpo do Cristo.

 E S. Paulo, na sua epístola aos Coríntios (11, 23 - 30): "Eu recebi do Senhor... que, na noite em que foi traído, tomou o pão. E tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei: isto é o meu corpo que será entregue por vós; fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Esta é a nova aliança no meu sangue, fazei isto, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha. Portanto, qualquer que comer este pão ou beber o cálice indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo... Porque o que come e bebe indignamente, como e bebe para si mesmo sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem (o sono da morte)" (I Cor 11, 23 - 30).

 S. Paulo diz, com esta lógica que lhe é peculiar: "Quem comer este pão ... indignamente, será culpado do corpo do Senhor" (1 Cor 11, 27) - e ainda no mesmo sentido: "O que come indignamente, come a sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor" (1 Cor 11, 29).

 Ou seja, S. Paulo afirma que, comungando indignamente, somos culpados do corpo de Jesus Cristo. Ora, como é que alguém pode ser culpado do corpo de Cristo se este corpo não estiver no pão que come?

 Comer um pedaço de trigo, sem devoção e com a alma manchada, pode ser um crime, o qual a vítima "come sua própria condenação"? É ridículo!

 Aliás, o que S. Paulo afirma acaba condenando o protestantismo: É culpado do corpo do Senhor e come sua própria condenação, quem não discerne o corpo de Cristo de um vulgar pedaço de pão, e come este pão indignamente.

 Eis a verdade irrefutável da Eucaristia.



Confissão

 A confissão consiste em um sacramento instituído por Jesus Cristo no qual o sacerdote perdoa os pecados cometidos depois do batismo.

 Sobre o sacramento da Confissão, devemos analisar o seguinte:

 1) Os homens pecam

 2) É necessário obter o perdão desses pecados

 3) Nosso Senhor instituiu um sacramento para a remissão dos pecados

 4)) A confissão deve ser feita a um Padre.

 5) Diferença entre "atrição" e "contrição"

 6) O que é necessário para ser eficaz uma confissão?

 Vamos às respostas.

 1) Os homens pecam:

 Diz a Sagrada Escritura: "O justo cai sete vezes por dia" (Prov 24, 16). E se o próprio justo cai sete vezes, que será do pobre que não é justo?

 "Não há homem que não peque" (Ecl 7, 21).

 "Aquele que diz que não tem pecado faz Deus mentiroso" (1 Jo 1, 10).

 O "Livre Arbítrio" humano permite ao homem realizar atos contrários ao seu criador.

 2) É necessário obter o perdão desses pecados

 "Nesta porta do Senhor, só o justo pode entrar" (Sl 117, 20).

 "Não sabeis que os pecadores não possuirão o reino de Deus?" (1 Cor 6, 9).

 Portanto, para entrar no Reino de Deus, é necessário obter o perdão dos pecados.

 3) Nosso Senhor instituiu um sacramento.

 Qual é o meio que existe para alcançar o perdão dos pecados?

 Nos diz S. João: "Se confessarmos os nossos pecados, diz o Apóstolos, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e purificar-nos de toda injustiça" (1 Jo 1, 8).

 Todavia, "aquele que esconde os seus crimes não será purificado; aquele, ao contrário, que se confessar e deixar seus crimes, alcançará a misericórdia" (Prov. 38, 13). "Não vos demoreis no erro dos ímpios, mas confessai-vos antes de morrer" (Ecl 17, 26).

 A confissão não é nova, já existia no Antigo Testamento, mas foi elevada à dignidade de Sacramento por Nosso Senhor, que conhecia a fraqueza humana e desejava salvar seus filhos.

 No dia da ressurreição, como para significar que a confissão é uma espécie de ressurreição espiritual do pecador, "apareceu no meio dos apóstolos... e, mostrando-lhes as mãos e seu lado... lhes disse: A paz esteja convosco. Assim como meu Pai me enviou, eu vos envio a vós. ... soprando sobre eles: recebei o Espírito Santo... Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 21, 21 - 23). O mesmo texto encontra-se em S. Mateus (Mt 28, 20).

 Como tudo é claro! Nosso Senhor tinha o poder de perdoar os pecados, como se desprende de S. Mateus (Mt 9, 2-7). Ele transmite esse poder aos seus Apóstolos dizendo: "assim como o Pai me enviou", isto é, com o poder de perdoar os pecados, "assim eu vos envio a vós", ou seja, dotados do mesmo poder. E para dissipar qualquer dúvida, continua: "soprando sobre eles: Recebei o Espírito Santo..." como se dissesse: Recebei um poder divino... só Deus pode perdoar pecados: pois bem... "Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 21, 21 - 23).

A conclusão é rigorosa: Cristo podia perdoar os pecados. Ele comunicou este poder aos Apóstolos e por eles aos sucessores dos Apóstolos: pois a Igreja é uma sociedade "que deve durar até o fim do mundo" (Mt 28, 20).

O livro dos Atos dos Apóstolos refere que quem se convertia "vinha fazer a confissão das suas culpas" (At 19, 18).

Aqui nós começamos a refutar uma argumentação dos protestantes: cada um se confessa diretamente com Deus.

 4) A confissão deve ser feita a um padre.

Pelo próprio livro dos Atos dos Apóstolos, quando se afirma que o convertido "vinha fazer a confissão", fica claro que era necessário um deslocamento da pessoa para realizar a confissão junto aos Apóstolos, pois o verbo "vir" é usado por quem recebe a visita do penitente.

Se a confissão fosse direta com Deus, bastaria pedir perdão de seus pecados, sem precisar 'ir' até a Igreja.

Aliás, S. Tiago é explícito a esse respeito: "confessai os vossos pecados uns aos outros, diz ele, e orai uns pelos outros, a fim de que sejais salvos" (Tgo 5, 16). Isto é, confessai vossos pecados a um homem, que tenha recebido o poder de perdoá-los.

De qualquer forma, a instituição do Sacramento deixa claro o poder que Nosso Senhor conferiu à sua Igreja.

Sem a vontade de se confessar com um outro homem, o pecador demonstra que seu arrependimento não é profundo, pois ele não se envergonha mais de ofender a Deus do que de expor sua honra. No fundo, ama a si mesmo mais do que a Deus e pode estar cometer um outro pecado, ainda mais grave, contra o primeiro mandamento: Amar a Deus sobre todas as coisas.

Mas, em não existindo um Padre, como confessar-se? E como ficam os homens no Antigo Testamento?

5) Contrição e Atrição

A Contrição consiste em pedir o perdão de seus pecados por amor de Deus. A atrição, por sua vez, consiste em pedir o perdão dos pecados por temor do inferno.

 A primeira, contrição (chamada de contrição perfeita), apaga os pecados da pessoa antes mesmo da confissão. Todavia, só é verdadeira se há a disposição de se confessar com um padre. Foi desta forma que se salvaram os justos do Antigo Testamento.

 A atrição só é válida através do sacramento da confissão, o qual é eficaz mesmo se há apenas "medo do inferno".

 Ninguém duvida de que o sincero arrependimento dos pecados, com firme propósito de não pecar mais, e satisfação feita a Deus e aos prejudicados, eram, no Antigo Testamento, condições necessárias e suficientes para obter o perdão de Deus. O mesmo vale ainda hoje para todos os que desconhecem Nosso Senhor Jesus Cristo e seu Evangelho (desde que sigam a Lei Natural) e para os que não têm como se confessar (desde que tenham um ato de contrição perfeita). Mas quem, em seu orgulho, não acredita nas palavras de Cristo Ressuscitado, com as quais ele instituiu o sacramento da penitência, e por isso não quer se confessar, não receberá o perdão, pois não ama à Deus verdadeiramente.

 Cada pecado é um ato de orgulho e desobediência contra Deus. Por isso "Cristo se humilhou e tornou-se obediente até a morte, e morte na Cruz" (Flp 2, 8) para expiar o orgulho e a desobediência dos nossos pecados, e nos merecer o perdão. Por isso ele exige de nós este ato de humildade e de obediência, na Confissão sacramental, na qual confessamos os nossos pecados diante do seu representante, legitimamente ordenado. E, conforme a sua promessa: "Quem se humilha, será exaltado, e quem se exalta, será humilhado" (Lc 18, 14).

 Alguns protestantes aliciam os católicos para sua seita com a promessa de que, depois do batismo (pela imersão), estariam livres de qualquer pecado e nem poderiam mais pecar! Conseqüentemente, concluem que não haveria necessidade de confissão. Apóiam esta afirmação nas palavras bíblicas de (1 Jo 3, 6 e 9). Todavia, basta confrontar essa passagem com outra, do próprio João Apóstolos (1 Jo 1, 8-10), para perceber que a conclusão é precipitada: "Se dissermos que não temos pecado algum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo, e nos perdoa os nossos pecados, e nos purifica de toda a iniqüidade. Se dissermos que não temos pecado, taxamo-Lo de mentiroso, e a sua palavra não está em nós".

 Portanto, todos os homens necessitam de misericórdia divina; e os sinceros seguidores da Bíblia recebem-na, agradecidos, no sacramento da Confissão.

6) O que é necessário para ser eficaz uma confissão?

 a) exame de consciência

 b) ter arrependimento (atrição ou contrição)

 c) propósito de não recair no pecado e de evitar as circunstâncias que o favoreçam

 d) confessar-se sem omitir nada

 e) cumprir a penitência estabelecida pelo confessor

 Ver ainda "penas temporais" e "indulgências"



A Extrema-Unção

 É o quinto sacramento instituído por Jesus Cristo, sem que saibamos em que época o instituiu. A Sagrada Escritura, como para a Crisma, nos transmite apenas o rito exterior e o efeito produzido. O Evangelho diz que "à ordem do Senhor... os apóstolos expeliam muitos demônios e ungiam com óleo a muitos enfermos, e os curavam" (Mc 6, 13). Eis um fato, é a ordem do Senhor.

A instituição da extrema-unção decorre destas palavras de S. Tiago: "Está entre vós alguém enfermo? Chame os sacerdotes da Igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. E o Senhor o aliviará, e se estiver em algum pecado ser-lhe-á perdoado" (Tgo 5, 14-15).

Nunca o Apóstolo teria prometido tais efeitos a uma unção, na enfermidade, sem firmar-se na autoridade divina da instituição deste sacramento. A extrema-unção é, pois, verdadeiramente um sacramento.



A Ordem

 A Ordem é o sacramento que dá o poder de desempenhar as funções eclesiásticas, e a graça de fazê-lo santamente. Em outros termos, é o sacramento que faz os sacerdotes, ou ministros de Deus. Muitos textos da Sagrada Escritura provam a existência do sacerdócio e indicam o rito de ordenação sacerdotal. Lemos de fato que Nosso Senhor fez uma seleção entre os discípulos: "Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi", diz Ele (Jo 15, 16). Aos discípulos eleitos, chamados apóstolos, o divino Mestre confia as quatro atribuições particulares do sacerdócio:

a) Oferecer o santo sacrifício: "Fazei isto em memória de mim" (Lc 22, 19). É a ordem de reproduzir o que ele tinha feito: mudar o pão em seu corpo e o vinho em seu sangue divino

b) Perdoar os pecados: Os pecados serão perdoados aos que vós os perdoardes (Jo 20, 23).

c) Pregar o Evangelho: Ide no mundo inteiro, pregando o Evangelho a todas as criaturas (Mc 16, 15).

d) Governar a Igreja: O Espírito Santo constituiu os bispos para governarem a Igreja de Deus (At 20, 28).

Eis os poderes dados por Nosso Senhor Jesus Cristo a seus ministros ou sacerdotes, representados pelos primeiros sacerdotes, que foram os apóstolos (vide Sucessão Apostólica).

Quanto ao rito de ordenação, não é menos claramente indicado: Consiste ela na imposição das mãos. S. Paulo escreve: "Não desprezes a graça que há em ti e te foi dada por profecia pela imposição das mãos do presbitério" (1 Tim 4, 14). Chama-se presbitério a reunião dos bispos e padres que concorreram para a ordenação de Timóteo, de que S. Paulo foi o principal ministro, como se vê claramente na segunda epístola dirigida ao mesmo discípulo. "Por este motivo, diz ele, te admoesto que reanimes a graça de Deus, que recebestes pela imposição de minhas mãos" (2 Tim 1, 6).

O exemplo dos apóstolos nos mostra a transmissão dos poderes sacerdotais pela ordenação. E por onde Paulo e Barnabé passavam, "ordenavam sacerdotes para cada Igreja" (At 14, 22).

Tudo isso prova, claramente, que os apóstolos tinham recebido de Nosso Senhor a divina investidura de poderes, que iam assim distribuindo pela imposição das mãos; e esta investidura é o sacramento da Ordem.

Que diferença para o pastor protestante... Ele mesmo se investe de um poder que não recebeu de ninguém, ele mesmo se escolhe, nomeia-se, e dá a si os poderes que julga ter, sem que tenha sido investido do sacramento instituído por Deus para a escolha de seus ministros, sob a autoridade de um Papa. (vide a página sobre o Papado).



O Matrimônio

É o último na série dos sacramentos. O casamento que era antes de Jesus Cristo mero contrato, é um verdadeiro sacramento da nova lei. Não sabemos exatamente o tempo nem o lugar em que Jesus Cristo instituiu este sacramento; pensam os teólogos que foi nas bodas de Caná. Outros pensam que foi na ocasião em que o Salvador restaurou a unidade e a indissolubilidade primitivas. Interrogado a respeito do divórcio, Cristo responde que não era lícito por nenhum motivo, que nem o direito de separar-se tem o homem e a mulher, exceto o caso de adultério (Mt 19, 3-5).

Outros, ainda, pensam que foi instituído depois da ressurreição, e promulgado por S. Paulo, na epístola aos efésios (5, 25-33).

Pouco importa o tempo e o lugar, o certo é que o matrimônio foi por Nosso Senhor elevado à dignidade de sacramento, como resulta positiva e irrefutavelmente da Sagrada Escritura: "Não separe o homem o que Deus ajuntou" (Mt 19, 6). Ou seja, Deus uniu os noivos!

Este mistério, ou sacramento, é grande em relação a Cristo e à Igreja, diz S. Paulo (Ef 5, 32). Isso é grande, em relação a Cristo, porque é instituição divina; grande em relação à Igreja, que deve mantê-lo na sua unidade e indissolubilidade.

O rito externo foi indicado por S. Paulo: é a mútua tradição e aceitação do direito sobre os corpos, em ordem aos fins do casamento, formando uma união santa, como é "santa a união do Cristo com a sua Igreja" (Ef 5, 25).

É mais uma bomba que pegam os nossos amigos protestantes. Eles que, rejeitando o sacramento, para contentar-se unicamente com o contrato civil, preferem a obra humana à instituição divina: "Não separe o homem o que Deus ajuntou" (Mt 19, 6).



O Batismo de Crianças e o Batismo de Adultos

Muitos protestantes costuma argumentar que o Batismo de Crianças não aparece na Bíblia. Como conclusão, defendem que só os adultos podem ser batizados.

Primeiramente, nem tudo está na Bíblia, como afirma S. João: "Há ainda muitas coisas feitas por Jesus, as quais, se se escrevessem uma por uma, creio que este mundo não poderia conter os livros que se deveriam escrever" (Jo 21,25).


 Ou seja, o fato de não estar na Bíblia não prova que não se deva batizar crianças.

 A pergunta deveria ser inversa: Onde estão as provas bíblicas para a afirmação de que apenas os adultos devem ser batizados?

 Agora, vamos provar que Deus deseja o batismo das crianças.

 A Sagrada Escritura menciona vários personagens pagãos que professaram a fé cristã e se fizeram batizar "com toda a sua casa". Assim o centurião romano Cornélio (At 10, 1s.24.44.47s), a negociante Lídia de Filipos (At 16, 14s), o carcereiro de Filipos (At 16, 31033), Crispo de Corinto (At 18, 8), a família de Estéfanas (1Cor 1, 16).

 A expressão "casa" ("domus", em latim; "oikos", em grego) tinha sentido amplo e enfático na Antigüidade: designava o chefe de família com todos os seus domésticos, inclusive as crianças (que geralmente não faltavam).

 Desde o início da Igreja, os apóstolos batizavam os recém-nascidos. Assim se expressa Orígenes (185 - 255): "A Igreja recebeu dos Apóstolos a tradição de dar batismo também aos recém-nascidos". (Epist. ad Rom. Livro 5, 9). E S. Cipriano, em 258, escreve: "Do batismo e da graça não devemos afastar as crianças". (Carta a Fido).

 Santo Irineu, que viveu entre 140 a 204, afirma: "Jesus veio salvar a todos os que através dele nasceram de novo de Deus: os recém-nascidos, os meninos, os jovens e os velhos". (Adv. Haer. livro 2)

 Na "Nova e Eterna Aliança", o batismo substitui a circuncisão da "Antiga Aliança", como rito de entrada para o povo escolhido de Deus. Ora, se o próprio Deus ordenou a Abraão circuncidar os meninos já no 8o dia depois do nascimento, sem exigir deles uma fé adulta e livre escolha, então não seria lógico recusar o batismo às crianças dos pais cristãos, por causa de tais exigências.

 O manual dos Apóstolos, também conhecido como 'didaqué', prescreve o batismo para crianças.

 Ou seja, era costume dos apóstolos batizarem as crianças, segundo a importância que é o sacramento do "Batismo", pois "quem não renascer da água e do Espírito Santo, não pode entrar no Reino de Deus".

 A posição protestante é insustentável, visto que se eles tivessem que seguir tudo o que a Bíblia ordena, como ficariam certas normas do Antigo Testamento que não foram abolidas no Novo, mas pela Igreja que eles rejeitam? Exemplos: Não acender fogo (para cozinhar) em nenhuma moradia no sábado (Ex. 35,3). Não semear diferentes espécies no mesmo campo (Lev. 19,19). Não semear e colher nada, nos campos e na vinha, no ano sabático (Ex. 23, 10-11) e (Lev. 25 3-5). Não comer os frutos das árvores nos primeiros três anos (Lev 19, 23-25).

 E, depois, se os pais são responsáveis perante Deus pelo sustento, proteção, educação, amparo etc de seus filhos, quanto mais seriam pelo bem espiritual.

Ave Maria Puríssima sem pecado -rogai por nós


Fontes: Lepanto
Fonte principal de referência: Pe. Júlio Maria "Luz nas Trevas", 1955.





pra uma boa confissão



EXAME DE CONSCIENCIA PARA UMA ÓTIMA CONFISSÃO

Pe. Eduardo dos Arautos do Evangelho

Devemos procurar um sacerdote santo, da Igreja Católica Apostólica Romana, e fazer uma confissão minuciosa. Para os pecados mais graves, devemos fazer a confissão com urgência e quantas vezes for necessário. A obrigação é uma vez por ano, mas recomenda-se a confissão uma vez por mes.

Uma boa confissão é aquela em que nos preparamos com um coração verdadeiramente contrito na presença de Deus. Em que procuramos reconhecer todos os nossos pecados, desde os menores até aqueles que mais nos envergonham. Não podemos deixar nenhum pecado de lado ao fazermos o nosso exame de consciência, pois são os menores pecados que acabam sendo cultivados em nós por acharmos que não têm importância, crescem como uma erva daninha em nosso coração destruindo todas as virtudes que lá existem e depois transformam-se em uma grande ofensa a Deus.

Não podemos ir para a confissão de qualquer jeito, com outras preocupações ou olhando mais para o pecado dos outros do que para nós mesmos. Antes devemos fazer um bom exame de consciência. Aqui você encontra uma lista de perguntas que devemos fazer para nós mesmos com o objetivo de lembrar dos pecados que precisam ser confessados, mas você mesmo pode acrescentar outras perguntas relacionadas com a sua vida, com a sua realidade, para tornar o seu exame de consciência mais completo.

Exame de Consciência

Ruptura com Deus:

·     Amo na verdade a Deus com todo meu coração ou vivo mais apegado às coisas materiais?
·     Preocupei-me por renovar minha fé cristã através da oração, a participação ativa e atenta da missa dominical, a leitura da Palavra de Deus, etc.? Guardo os domingos e dias de festa da Igreja? Cumpri com o preceito anual da confissão e a comunhão pascal?
·     Tenho uma relação de confiança e amizade com Deus, ou cumpro somente com ritos externos?
·     Professei sempre, com vigor e sem temores minha fé em Deus? manifestei minha condição de cristão na vida pública e privada?
·     Ofereço ao Senhor meus trabalhos e alegrias? Recorro a Ele constantemente, ou só o busco quando o necessito?
·     Tenho reverência e amor para o nome de Deus ou lhe ofendo com blasfêmias, falsos juramentos ou usando seu nome em vão?

Ruptura comigo mesmo:

·    Sou soberbo e vaidoso? Considero-me superior a outros?
·    Procuro aparentar algo que não sou para ser valorizado por outros? Aceito a mim mesmo, ou vivo na mentira e no engano? Sou escravo de meus complexos?
·    Que uso tenho feito do tempo e dos talentos que Deus me deu? Me esforço por superar os vícios e inclinações más como a preguiça, a avareza, a gula, a bebida, a droga?
·    Caí na luxúria com palavra e pensamentos impuros, com desejos ou ações impuras?
·    Caí na fornicação ou cometi adultério?
·    Recorri a métodos artificiais para o controle da natalidade?

Ruptura com os irmãos e com a criação:

·    Amo de coração o meu próximo como a mim mesmo e como o Senhor Jesus me pede que o ame?
·    Em minha família colaboro em criar um clima de reconciliação com paciência e espírito de serviço?
·    Fui obediente a meus pais, prestando-lhes respeito e ajuda em todo momento?
·    Preocupo-me em educar na vida cristã meus filhos e em incentivar seu compromisso de vida com o Senhor Jesus?
·    Abusei que meus irmãos mais fracos, usando-os para meus fins?
·    Insultei meu próximo? Escandalizei-o gravemente com palavras ou com ações?
·    Se me ofenderam, sei perdoar, ou guardo rancor e desejo de vingança?
·    Compartilho meus bens e meu tempo com os mais pobres, ou sou egoísta e indiferente à dor de outros?
·    Participo das obras de evangelização da Igreja?
·    Me Preocupo pelo bem e a prosperidade da comunidade humana em que vivo ou passo a vida preocupado tão somente comigo mesmo? cumpri com meus deveres cívicos? paguei meus tributos?
·    Sou invejoso? Sou fofoqueiro e enganador? Difamei ou caluniei alguém? Violei segredos? Fiz julgamentos temerários sobre outros?
·    Sou mentiroso?
·    Causei algum dano físico ou moral a outros? Inimizei-me com ódios, ofensas ou brigas com meu próximo? fui violento?
·    Procurei ou induzi ao aborto?
·    Fui honesto em meu trabalho? Roubei? Fui justo na relação com meus subordinados tratando-os como eu gostaria de ser tratado por eles? Participei do negócio ou consumo de droga? Caí na fraude ou estelionato?
·    Recebi dinheiro ilícito?

Exame de consciência a partir dos 10 Mandamentos

Amará a Deus sobre todas as coisas. (Primeiro mandamento)
Não tomará o nome de Deus em vão. (Segundo Mandamento)

·    amei a Deus acima de tudo?
·    A quem (ou o que) dei a maior atenção?
·    Sei na prática o que é confiar no amor e o poder de Deus?
·    Confio tudo a Deus ou quero fazer tudo eu sozinho?
·    Confio em Deus quando tudo parece ir mal?
·    Caí na superstição ou em outra prática religiosa alheia à doutrina cristã?
·    Como foi diariamente minha vida de oração?
·    Tempo pessoal com Deus; liturgia das horas; oração familiar?
·    Louvei a Deus; dei-lhe graças ou me queixei?
·    Intercedo por minha família, grupo, Igreja, pelo mundo?
·    Orei com o coração, aberto ao Espírito Santo?
·    Sei o que é esperar no Senhor, escutá-lo? Tenho feito isso?
·    Quando me dá algum ensinamento eu o guardo em meu coração e procuro aprofundá-lo?
·    Incluo meu esposo/a (ou outra pessoa formada e prudente) em meu discernimento ou só lhes informo de minhas decisões?; Escuto, obedeço e respeito aos que têm legitima autoridade sobre mim (leis justas, chefes, etc.)?
·    Que critérios tenho para determinar se algo que quero fazer é do Espírito Santo ou é meu? Parece-me importante ter e seguir sempre esses critérios?
·    Uso os dons que Deus me deu para sua glória?
·    Estou aberto a receber novos dons segundo Deus disponha?
·    Fui legalista (fazendo sozinho o necessário para cumprir) ou vivo minha fé no Espírito me entregando com todo o coração?
·    Procuro conhecer na oração a vontade de Deus para minha vida?
·    Obedeço o ensino do magistério ou interpreto à minha maneira?
·    O que motiva minha vida, a vontade de Deus ou meus próprios "bons" planos (minha vontade)?
·    Permito que Deus me guie ou lhe "entrego" os planos já feitos para que os abençoe?
·    Meus gostos, critérios, dúvidas, confusões, pensamentos, atitudes e valores, em que instâncias não estiveram sob o Senhor?
·    Meu tempo responde às prioridades de Deus ou às pressões de qualquer pessoa ou ocasião para `ficar bem'?
·    Interpreto o que faço na perspectiva da vida eterna? Reflito sobre minha morte, sobre o julgamento final?
·    Tenho prioridades claras e sou firme para vivê-las? Perco o tempo (revistas, programas, etc.) que não edificam?
·    Tenho um horário e organizo o dia com disciplina, dando tempo a cada área com sabedoria: oração, família, trabalho...? Em que me desordenei? Fico em algo que eu gosto sabendo que é hora de fazer outra coisa?
·    Respeito o tempo e necessidades dos outros: quando procuro ajuda, ao telefone, etc..?
·    Cuido da saúde, tenho algum vício, falta de exercício, descanso, alimentação... Cuido-me muito?

Santificará o dia do Senhor (Terceiro Mandamento)

·    Guardo o dia do Senhor para o Senhor ou trabalho desnecessariamente nesse dia?
·    Vou à missa todos os domingos? Adorei e pus todo meu coração em Cristo Eucarístico que me espera no sacrário?
·    Eu o amei e consolei pelo tanto que é ofendido?
·    Vou a missa diária se puder? Recebi com preparação o Senhor?
·    Medito diante da cruz? Procuro seu poder transformador e sua sabedoria como se manifesta em minha vida?
·    Peço a Deus a graça de amar a cruz?
·    Saí da vontade de Deus para evitar a cruz?
·    Uno minha cruz à de Cristo: problemas, doenças, responsabilidades, pessoas, minha idade, minha vocação?
·    Procuro a satisfação de todas minhas necessidades físicas e emocionais ou sei me mortificar por amor a Jesus?
·    Uno-me à cruz de quem sofre? Sacrifico-me para amar?
·    Rejeito o pecado embora este seja aceitável segundo a cultura? Pensei ou atuei levianamente que a retidão dos Santos é "exagero"?
·    Evitei a ocasião de pecado: ambientes, programas, más amizades...?
·    Procuro que Deus me mostre meu pecado (também pecados velhos e esquecidos)?
·    Reconheço e reparo com responsabilidade meus pecados e faltas ou me justifico?
·    Quando me corrigem, fico agradecido?
·    Quando foi minha última confissão? Minimizei o pecado por pena?; houve mudanças?
·    Fiz uma confissão completa ou escondi algo?
·    Há algo (hábito, ferida, complexo) que o inimigo usa para seu proveito? O que faço para permitir que Deus me liberte?
·    Devo me reconciliar com alguém e não o tenho feito?
·    Consagrei a Maria e, se o tiver feito, vivo minha consagração plenamente? Como?
·    Aceito seu cuidado maternal? Deixo-me formar por ela? Como?
·    Recorro a ela em oração, medito sua vida?
·    Estão todas minhas relações à luz do Senhor: amorosas, castas, sões e sinceras?
·    Guardo ódios ou inimizades?
·    Fui fiel aos compromissos com meus irmãos e com outros? Estou crescendo nestes compromissos?
·    Sou confiável no lar, grupo, trabalho...? Cumpro minhas promessas, compromissos?
·    Procuro a unidade no Senhor?
·    Sou serviçal?
·    Sou atento sem ser curioso?
·    Sou prudente no que falo e como atuo?
·    Sou agradecido pelo serviço de rotina que recebo?

Honrará a teu pai e tua mãe (Quarto mandamento)

·    Obedeço, cuido e honro meus pais segundo minha idade e suas necessidades?
·    Fico de cara feia?
·    Protejo minha casa e os meus das más influências do ambiente? Como?
·    Manipulo com meus estados de ânimo e aborrecimentos para que se faça o que quero?
·    Permito que outros (pais, amigos) manipulem ou se anteponham ao matrimônio?
·    Honro e respeito a meu esposo/a em todo momento?
·    Compartilhei com meu esposo/a a visão para a família? O escuto com interesse?
·    Expresso amor, carinho e respeito a meu esposo/a? E a meus filhos?
·    Detecto os problemas e os enfrento com sabedoria?
·    Que medidas tomo para que minha casa seja um lar?
·    Sou responsável e ordenado com a economia? Ajudo-lhes para que possam orar, estudar, descansar, ir a seu grupo, cumprir suas responsabilidades?

Não matarás. (Quinto Mandamento)

·    De algum modo matei ou atentei contra a vida?
·    atentei contra a dignidade de alguém?
·    Pratiquei o aborto, colaborei para um suicídio ou algum outro tipo de atentado à integridade física e espiritual de alguém?
·    Dei apoio a práticas contra a vida como o aborto e a eutanásia?

Não cometerás adultério. (Sexto Mandamento)

·    Procurei afetividade fora da ordem do Senhor?
·    Como distingo entre sentimentalismo e uma autêntica relação de amor entre irmãos?
·    Me relaciono segundo meu estado de ânimo ou o que edifica no amor?
·    Fantasias ou atos impuros, comigo mesmo ou com outros?
·    Piadas, programas, atitude sedutora, indecência em vestir?
·    Obedeço ao plano de Deus para a sexualidade em meu estado de vida?

Não roubarás. (Sétimo Mandamento)

·    De algum modo roubei?
·    Descuidei-me da propriedade pública ou alheia?
·    Aproveito-me do meu de posto para benefício pessoal?
·    Deixei de devolver algo ou me aproveitei da ingenuidade de outros para o meu proveito?

Não levantarás falsos testemunhos nem mentirás (Oitavo Mandamento)

·    Quem inspira minhas palavras: Deus ou meu ego? Quis dar minha opinião em tudo?
·    Digo a verdade? Revelei segredos, julguei ou fiz fofocas?
·    Queixei-me procurando comiseração ou desafogo?
·    Pus minha atenção ao indevido?
·    Falei o que não edifica: piadas grosseiras, que ferem a alguma raça, nacionalidade, etc.?

Não desejarás a mulher do próximo (Nono Mandamento)

·    Cobicei a mulher ou o marido de meu próximo?
·    Olhei a um homem a uma mulher de maneira impura?

Não cobiçarás os bens alheios (Décimo Mandamento)

·    Desejei os bens alheios?
·    Fui invejoso?
·    Fui avaro?
·    Comi mais do que necessito?
·    Fui orgulhoso


Ao terminar seu exame de consciência, sempre anotando aquilo que precisa ser confessado, faça as suas resoluções por escrito, procurando sempre as reparações necessárias para cada pecado.

acrescento mais pra que possamos estar preparado pra seguir as chamada 5 pedrinhas
de nossa senhora.
devemos estar bem com nossa consciência pra podermos colocar em pratica o que nossa
senhora pediu  medjugorje que foi a prática das cinco pedrinhas

veja qual são essas pedrinhas



As “5 pedrinhas” foram transmitidas por Nossa Senhora em Medjugorje, para vencer o poder e a influência do mal e do pecado.
Maria disse: “Eu lhes dou a arma contra o seu Golias.  Aqui estão as cinco pedrinhas”:

1- Receber a Sagrada Eucaristia com freqüência, se possível, diariamente;

pra isso precisamos está em estado de graças

2- Ler e meditar pequenos trechos da Bíblia Sagrada para por em prática no dia a dia. (Todas as quintas-feiras ler e meditar Mt 6, 24-34);

3- Rezar o Rosário completo, diariamente;

4- Confessar-se mensalmente;

5- Jejuar a pão e água às quartas e sextas-feiras.

Para compreender o porquê das ‘cinco pedras’ leia o capítulo 17 do primeiro livro de Samuel para conhecer a história de Davi e Golias. Para Nossa Senhora, “Golias” são os nossos inimigos espirituais que nos afastam de Deus e nos conduzem ao pecado.



fonte: http://pr.gonet.biz/kb_read.php?pref=htm&num=700

sexta-feira, 13 de abril de 2012

a que ponto chegamos





"Nota bem o seguinte: nos últimos dias haverá um período 
difícil. Os homens se tornarão egoístas, avarentos, fanfarrões,
 soberbos, rebeldes aos pais, ingratos, malvados,
desalmados, desleais, caluniadores, devassos, cruéis,
inimigos dos bons, traidores, insolentes, cegos de orgulho,
amigos dos prazeres e não de Deus, ostentarão a aparência de piedade,mas desdenharão a realidade. Dessa gente, afasta-te!
Deles fazem parte os que se insinuam jeitosamente pelas casas 
e enfeitiçam mulherzinhas carregadas de pecados, atormentadas
por toda espécie de paixões,” (II Timóteo 3:1-6)''


o apostolo paulo escrevia nesta carta uma realidade quão grande  estamos passando;Um pouco em síntese exponho um artigo dessa realidade..





Em síntese: A Organização das "Católicas pelo Direito de Decidir" (CDD) promoveu um inquérito do qual resultou que a maioria dos católicos não segue os preceitos da Igreja no tocante à Moral Sexual. Como se compreende, isto entristece o fiel católico, mas não o desanima. As normas da moralidade não são definidas mediante plebiscito ou votação popular. Devem, sim, ser o eco da lei natural, que é a Lei de Deus gravada nos corações humanos. A Igreja não se abala com o resultado do inquérito, pois ela não foi criada para conquistar aplausos dos homens, mas para servir-lhes de consciência que incita a praticar o bem e evitar o mal.
(ensinar o  caminho do céu, assim como o mestre falou apascentas minha ovelhas)
A Organização norte-americana "Católicas pelo Direito de Decidir" promoveu um inquérito do qual resultou que a maioria dos católicos não obedecem às normas da Igreja relativas à Moral Sexual. A seguir, será exposto o problema, ao que se proporão breves comentários.

1. A Notícia

No domingo 13 de março pp. a Rede Globo, no programa "O Fantástico" transmitiu uma notícia que pode ser assim formulada:
"A Organização Católicas pelo Direito de Decidir encomendou ao Ibope uma pesquisa para saber o que os católicos brasileiros acham de temas como anticoncepcionais e aborto.
"A pesquisa foi feita baseada numa suspeita que nós tínhamos e que queríamos confirmar, de que os católicos brasileiros não vivenciam no seu cotidiano aquilo que a igreja prega como norma e regra para questões sexuais e reprodutivas", informa Dulce Xavier, socióloga.
"A pesquisa revela: na hora de falar de temas como anticoncepcionais e aborto, a maioria dos católicos mais quer ouvir a própria consciência do que os ensinamentos da Igreja. De um modo geral, as opiniões de católicos e não católicos sobre esses temas são muito semelhantes".
"Não acho que o uso de anticoncepcionais ou a aprovação ao uso desses métodos faz a pessoa menos católica", acredita Maria Alaíde.
Segundo a pesquisa, 86% dos católicos brasileiros concordam com Maria Alaíde. Para eles, uma pessoa pode usar anticoncepcionais e ser uma boa católica.(blasfêmia) Além disso, 94% dos católicos apoiariam uma decisão da Igreja de permitir o uso da camisinha para prevenir a Aids e outras doenças.
Dos pesquisados, 67% dos católicos disseram aceitar o aborto em casos de estupro e 82% afirmaram admitir a interrupção da gravidez quando a vida da mulher estiver em risco.
A nossa legislação não autoriza o aborto em casos de má formação do feto. Mas 80% dos católicos disseram admitir o aborto quando o feto tiver problemas que impeçam sua vida após o nascimento.
As diferenças entre as normas da Igreja e as opiniões dos fiéis impressionam. Será que a Igreja não teme perder fiéis?

e eu respondo os verdadeiro católicos não

Pergunta-se:

QUE DIZER?

Todo resultado de inquérito está sujeito a oscilações e questionamentos; depende da escolha das pessoas a ser entrevistadas; esta escolha pode ser preconceituosa ou obedecer a parâmetros predefinidos. Os números atrás citados talvez fossem outros (mais baixos) em outro ambiente. Como quer que seja, vão, a seguir, propostas cinco ponderações.
Como já foi dito, "Católicas pelo Direito de Decidir" é uma Organização norte-americana com ramificações na América Latina que contesta a Moral Católica, especialmente no plano sexual, em nome de um feminismo avançado. Já foram censuradas pelos Bispos norte-americanos. Na sua intransigência perdem o direito de se dizer "católicas." pois não compartilham as concepções do Catolicismo. A pesquisa que promoveram, apresenta resultados estranhos, que não constituem novidade para quem acompanha os acontecimentos: a maioria dos católicos consultados se revela contrária às normas da Igreja no tocante à sexualidade. Que significa isto?

- Respondemos:

1) A dissidência da maioria não abala os princípios da Moral Católica, pois as questões éticas não se decidem por plebiscito. Em matéria de Moral existe uma instância anterior à vontade dos homens, que é a lei natural; esta é a lei do próprio Deus que nos "fabricou" e colocou o seu sinete em nosso íntimo, donde procedem os ditames: "Não matarás, não roubarás, não adulterarás..." Esta lei natural é inviolável e garante a plena auto-realização do homem, ao passo que toda violação da mesma é desgraça para o homem.

e por ai veja como estar esse mundo 

2) O afastamento de muitos fiéis que não concordam com a Moral católica não abala a Igreja. Esta em 1534 perdeu o reino da Inglaterra por causa de um divórcio que o rei Henrique VIII pedia ao Papa e não lhe foi concedido. Deus é o Senhor da história; Ele sabe governar os acontecimentos de tal modo que a última palavra será a do Bem. Jesus no Evangelho se dirige a um "pequeno rebanho, que tem o dinamismo de sal da terra e luz do mundo"; cf. Mt 5, 13s.


3) Enquanto alguns criticam a Igreja, outros a admiram, pois ela cumpre fiel e corajosamente a sua missão. Hoje em dia é assaz rara a coerência entre pensamento e vida; há homens prontos a trair a verdade para escapar de um vexame ou conquistar uma vantagem. Pois bem; a Igreja nunca o fez: ela não anda à procura de aplausos dos homens, mas se empenha por realizar o serviço de Deus e dos homens tal como lhe é exigido.

4) À Igreja toca o dever de despertar a consciência ética dos homens. É tarefa ingrata, mas valiosa, pois vem a ser um nobre serviço prestado à humanidade,... nobre serviço que talvez um dia os pósteros reconhecerão.

Os ventos do racionalismo e do individualismo(e do modernismo) têm penetrado dentro da Igreja - o que é natural, pois ela vive neste mundo. Há católicos contestatários dentro da própria Igreja. Isto lembra a parábola do joio e do trigo (Mt 13, 24-30): o patrão semeia o trigo em seu campo, o inimigo sobrevêm e semeia o joio; os servidores surpresos querem arrancar o joio; mas o patrão responde negativamente: o joio crescerá junto com o trigo até o fim dos tempos. Assim a fragilidade humana, com suas expressões, permanecerá na Igreja até o fim dos tempos. É nessas circunstâncias que o Senhor Deus quer realizar sua obra de santificação dos fiéis. Não nos surpreendamos, nem abatamos: o quadro da Igreja de hoje está incluído dentro das perspectivas do Evangelho. O que importa é não nos afastarmos do seio daquela que nos gerou para a vida eterna, pois "não pode ter Deus como Pai no céu quem não tem a Igreja por Mãe na terra" (S. Cipriano de Cartago).
podemos ainda dizer

“Não te afaste da Igreja: nada é mais forte do que ela. Ela é a tua esperança, o teu refúgio. Ela é mais alta que o céu e mais vasta que a terra. Ela nunca envelhece.” (São João Crisóstomo)

obs: alguns negrito são meus 

autor:Dom Estêvão Bettencourt (OSB)


Educação Sexual


Há quem diga que a excitação febril e a depravação moral da juventude moderna provêm de insuficiência de ensinamento referente à questão sexual. Em consequência, propugnam um tipo de educação sexual que, sem observar limites, desvenda ao discípulo tudo que concerne ao assunto, não levando em conta idade, temperamento, reações do adolescente, etc.

Esta tese moderna, por muito capciosa que seja à primeira vista, na prática mostra-se extremamente nociva.

A Moral cristã não desaprova a educação sexual; chega a recomendá-la a fim de se contrabalançarem ou impedirem influências daninhas sobre o adolescente. Requer, porém, seja feita dentro de certas cláusulas:

1) Toca aos pais, tutores ou mestres honestos falar aos jovens sobre a vida sexual; façam-no antes que colegas, empregados ou estranhos o empreendam. Distingam, porém, entre educação e iniciação sexual: ao passo que a iniciação visa apenas a fisiologia, a educação se dirige ao homem todo (incutindo a disciplina das paixões e a formação da vontade).

2) A educação sexual não deve ser feita em público, à guisa de aula na escola, e de maneira igual para todos os ouvintes. Ao contrário, será levada a efeito em caráter particular, e graduada de acordo com as necessidades e a receptividade de cada jovem de per si, a fim de não se despertarem prematuramente a atenção o instinto sexuais — o que criaria problemas sérios tanto de ordem psíquica como de ordem fisiológica. Na escola, o mestre se limitará a afirmações gerais de biologia e à ética ou formação do caráter para a vida sexual.

3) Ao mesmo tempo que se vai desvendando ao jovem o que concerne à fisiologia, é indispensável procurar educar a sua vontade, dando-lhe sadia concepção geral da vida e mostrando-lhe a finalidade das tendências espontâneas do homem. Assim o educador fornece ao adolescente os meios de dominar (sustentado, sim, pela graça de Deus) os movimentos que a iniciação fisiológica nele pode desencadear.

É a negligência na formação do caráter que constitui uma das grandes lacunas dos métodos modernos de educação sexual. Apenas consideram o aspecto material, fisiológico, do problema; e se dirigem tão somente à inteligência, descuidando-se de preparar e enriquecer a vontade. Tal proceder não pode deixar de acarretar desequilíbrios no funcionamento psicofísico do adolescente. É preciso, pois, que o educador sexual forneça outrossim uma educação geral sadia: seja um pedagogo completo, capaz de se servir de todos os recursos da pedagogia a fim de garantir a preservação sexual; em caso contrário ele dá à sociedade uns gozadores mórbidos, viciados, não os construtores do mundo de amanhã. Diz-se com razão que as atitudes sexuais de um adolescente vêm a ser o produto e a pedra de toque de sua educação geral.

A razão de ser das restrições acima, ditadas pela Moral cristã, não é de modo nenhum a falsa crença de que os atos da sexualidade sejam por si pecaminosos ou de que o primeiro pecado (a culpa de Adão e Eva no paraíso) tenha sido pecado sexual. São exclusivamente inspiradas pela consciência de que a desmedida reflexão sobre a fisiologia humana e, em particular, sobre a fisiologia do sexo é, tanto do ponto de vista físico como do ponto de vista moral, nociva ao indivíduo; assim como a excessiva análise do funcionamento do coração ou do aparelho digestivo pode perturbar gravemente o funcionamento do organismo, assim também a consideração indiscreta da sexualidade e de seus movimentos profundos é capaz de produzir desajustamentos. A natureza quer ser respeitada; quer que suas funções decisivas fiquem até certo ponto recobertas pelo véu do inconsciente (é nesse inconsciente, aliás, que está importante fator de autodefesa da natureza).

O Santo Padre o Papa Pio XII, repetindo normas de seus antecessores, lembrou mais de uma vez ao mundo a necessidade de recato no tocante à educação sexual:

“Há um terreno no qual a educação da opinião pública, a sua retificação, se impõem com urgência trágica...
Queremos falar aqui de escritos, livros e artigos acerca da iniciação sexual, os quais muitas vezes obtêm hoje enormes êxitos de livraria e inundam o mundo inteiro, invadindo a infância, submergindo a geração que sobe para a vida, perturbando noivos e jovens casais.

...Essa literatura... parece não levar em conta a experiência geral de ontem, hoje e sempre, a qual, fundada na natureza, atesta que, na educação moral, nem a iniciação nem a instrução apresentam de si qualquer vantagem e que pelo contrário são gravemente malsãs e prejudiciais, se não vão fortemente unidas a uma constante disciplina, a vigoroso domínio de si mesmo e sobretudo ao uso das forças sobrenaturais da oração e dos sacramentos” (Discurso aos Pais de família franceses, proferido aos 16 de setembro de 1951; transcrito da «Revista Eclesiástica Brasileira» XI [1951] 965s).

«Referimo-nos à iniciação sexual completa, que nada quer ocultar nem deixar na escuridão. Não há nisso uma excessiva e perniciosa estima do saber? Existe também uma educação sexual eficaz, que com toda a segurança ensina na calma e objetividade o que o jovem deve saber para se guiar a si mesmo e tratar com o seu meio. De resto, há de se insistir, na educação sexual, como aliás em toda a educação, sobre o domínio de si mesmo e a formação religiosa» (Discurso aos Psicoterapeutas, proferido aos 13 de abril de 1953; transcrito da «Revista Eclesiástica Brasileira» XIII [1953] 484).

autor: Dom Estêvão Bettencourt (OSB)

bom se formos nos expressar todos os desatinos hoje 
vivência ou até mesmo acolhido pois somos que quase 
obrigado porque nos tornemos um pouco de minoria 
assim tenho pouco tempo pra escrever e o amigo leitor
pra ler só temos um voz gritante dentro de nós que é
vem senhor jesus.

ave maria puríssima rogai-por nós