Meditações


        ATO DE  DESAGRAVAR AO CORAÇÃO DE JESUS NA EUCARISTIA


Prostrado diante de vós, divino Jesus, na presença de quanto há de mais augusto, no céu e na terra, à vista dos Anjos que vos adoram dos Santos que vos louvam, bendizem e servem; abismado no meu nada perante a vossa augusta Majestade, venho hoje desagravar-vos, do modo que me é possível, de todos os insultos, ultrajes e desacatos sacrilégio,que sofreis todos os dias no augustíssimo Sacramento de vosso Corpo e Sangue, maiormente dos que ultimamente sofrestes (lembrar de um lugar em que se cometeu desacato a Jesus eucarístico, ou do desrespeito para com Jesus nas Missas, profanações, sacrilégios, etc.). Ferido de uma viva dor pelas ofensas e injúrias tantas que se cometem contra esse misericordioso mistério de amor, venho, Senhor, em meu nome, e em nome de todos os culpados, com o coração contrito e profundamente humilhado, fazer confissão pública de tantos crimes e iniquidades que a malícia e a ingratidão dos homens contra vós não cessa de cometer, propondo firmemente, Senhor, quanto em mim for, de reparar todas as injúrias de que fomos réus, os desgraçados filhos de Adão.
 Oh! Quem me dera que a minha contrição e a dor que sinto fossem tão grandes como o amor! Oh! Por que não se convertem em rios de lágrimas meus olhos pecadores, para chorarem noite e dia as ofensas e desamor de vossos filhos, e de mim em particular, talvez de todos o mais culpado! Ah! Mesquinho de mim, que não tenho o zelo dos Apóstolos, o valor dos Mártires, a pureza das Virgens, e o inflamado amor dos Querubins para reparar todos os desacatos que tendes recebido!
 Oh! Quem me dera puder regar com minhas lágrimas, e lavar com meu sangue todos os lugares santos em que vosso santíssimo Corpo foi desacatado!
 Perdoai, amabilíssimo Jesus, o pouco respeito e irreverências, sacrilégios que contra vós se têm cometido no adorável Sacramento de nossos Altares, desde que, pelo grandíssimo excesso de vosso amor, vos dignastes de instituí-lo para memória de vossa paixão e santificação de nossas almas.
 Perdoai, Senhor, nossa tibieza, nossa insensibilidade, e nossas dissipações, na presença de vossa augusta Majestade.
 Perdoai, amabilíssimo Jesus, o pouco respeito e talvez a ostentação e hipocrisia com que venho a vosso divino banquete; a pouca disposição, nenhuma preparação com que comi o pão dos anjos, o maná dos escolhidos, e o alimento dos fortes. Sua força foi para mim fraqueza, e, em vez de receber o penhor da vida eterna, comi a condenação e a morte...Confundido no meu nada, horrorizado de meus tão feios crimes, quisera esconder-me de vós, como o primeiro culpado; porém, onde irei que não me vejais? Ouço, Senhor, a vossa voz que desse novo propiciatório me chama; voz mais suave que a que disse a Adão: “Onde estás?”; voz de pai compassivo, que abre os braços ao filho ingrato que julgava perdido, e que me diz: “Filho, dá-me teu coração”. Ah! Senhor e Pai meu, aqui o tendes, manchado pela culpa, desfigurado pela ingratidão, mas contrito e humilhado; abrandai-o, Senhor, como a fresca cera, acendei-o no fogo da caridade, e fazei que sempre arda como o de Agostinho. Sois a fonte da graça e da misericórdia, dai-me o dom da penitência e de misericórdia, dai-me o dom de paciência, a abundância das que destes a Davi para que eu possa fazer-vos uma reparação solene, sincera, cabal e digna de vossa Majestade agravada. Tornai eficaz pela vossa graça o desejo ardente que tenho, a firme resolução em que estou de vos amar constantemente e de vos adorar sem interrupção nesse eucarístico Sacramento de vosso amor.
 Protesto, Senhor, que não faltarei jamais ao respeito que por tantos motivos vos é devido; prometo fazer todos os esforços, para procurar a vossa maior glória por todos os meios que estiverem ao meu alcance, e em todos os lugares em que isto me seja possível. Zelo ativo e incansável, conselhos saudáveis, exemplos persuasivos, tudo empregarei para fazer amar, acatar adorar o Deus de bondade e de misericórdia que repousa em nossos Altares.
 Ó Deus, todo amor, todo caridade! Derretei o gelo de nossos corações e toda frieza;corações que, se vos amarem verdadeiramente, não serão capazes de vos ofender; abrasai-os com o fogo sagrado de vosso amor; fazei deles um holocausto digno de vós. Sois o Pontífice da Caridade, reinai em nós. Não se afastem nunca de vós nossos corações, sejam todas nossas afeições reguladas pelas vossas; sejam nossos desejos, pensamentos e ações conforme aos vossos.
 Fazei, meu bom Jesus, que não vivamos, nem respiremos, nem morramos senão em vós e por vós; sois nosso Deus, nosso Pastor, e nosso Pai; sede nossa alegria, nossa recompensa e nossa bem-aventurança no tempo e na eternidade. Amém.



Meditação para o Domingo

Sobre a Finalidade do Homem

Considera, ó alma, que teu ser foi dado por Deus, que te criou à sua imagem, sem teres mérito algum. Adotou-te como filho através do batismo, amou-te mais que um Pai, criando-te para que o amasses e o servisses nesta vida para gozá-Lo, depois, no Paraíso. Não nasceste, pois, nem deves viver para te satisfazeres, para tornar-te rico e poderoso, para comer, para beber e dormir, como fazem os brutos, mas somente para amar teu Deus e para que te salves eternamente. As coisas criadas foram-te dadas para que te ajudassem a alcançar o grande fim. “Ai de mi, infeliz, que em tudo pensei, menos no meu fim! Pai meu, por amor de Jesus, fazei que eu comece uma vida nova, toda ela santa e em conformidade com a vossa vontade divina”. Considera quais terríveis remorosos, pois, sentirás na hora da morte, se agora não te aplicares em servir a Deus. Que pesar quando, no termo da vida, perceberes que não te resta senão um punhado de moscas de todas as tuas riquezas, grandezas, glórias e prazeres! Ficaras atônito ao ver como, por vaidade e ninharias, perdeste tua alma e a graça de Deus, sem que possas refazer o mal feito; nem terás tempo para tomar o bom caminho. Ó desespero! Ó tormento! Verás então o quanto vale o tempo, mas será tarde. Gostarias de comprá-lo com teu sangue, mas não poderás. Ó dia amargo para quem não serviu nem amou a Deus. Considera o quanto se descura este grande fim. Pensa-se em acumular riquezas, em banquetear-se, em festejar, em viver a tôa: E não se serve a Deus, e não se pensa na salvação da alma e o fim eterno. Estima-se com nada. E assim, a maior parte dos cristãos, banqueteando, cantando, tocando, vão para o inferno. Ah! se eles soubessem o que significa o inferno! Ó homem, te fadigas tanto para danar-te e nada queres fazer para salvar-te…Enquanto morria, um secretário de Francisco, Rei da Inglaterra, dizia “Misero de mim! Gastei tanto papel escrevendo cartas para meu príncipe e não gastei nem uma folha para lembrar-me de meus pecados e fazer, assim, uma boa confissão!” Filipe II, Rei da Espanha dizia ao morrer: “Óh, tivesse eu ido ao deserto servir a Deus e jamais tivesse sido Rei!” Mas para que servem estes suspiros, estes lamentos? Servem para aumentar o desespero. Aprende, à custa de outros, a viver, se não queres cair no mesmo desespero. Fora do gosto de Deus, tudo está perdido. Vamos logo, é tempo de mudar de vida. Queres esperar a morte chegar? Às portas da eternidade, sobre a boca do inferno, quando não mais existe a chance de emendar o erro? “Deus meu perdoa-me. Eu te amo acima de tudo. Arrependo-me de ofender-vos”.
“Maria, esperança minha, roga a Jesus por mim”.


Meditação para segunda-feira:
Sobre a Importância do fim último

Considera, homem, o quão importante é o conseguires alcançar tua meta final: importa tudo; porque se o consegues e te salvas, serás para sempre Beato e gozarás de corpo e alma de todos os bens: mas se não o consegues, perderas alma e corpo, paraíso e Deus: serás eternamente mísero, serás para sempre danado. Então este é o negócio de todos os negócios, o único importante, o único necessário: o servir a Deus e salvar-se a alma. Então não diga: Irei satisfazer-me e depois me darei a Deus e espero salvar-me. Esta falsa esperança quantos não mandou para o inferno, os quais assim diziam e agora são danados, e não existe remédio para eles! Qual o danado, que queria realmente danar-se? Mas Deus amaldiçoa quem peca com esperança no perdão: “Maledictus homo qui peccat in spe”. Tu dizes: Quero fazer este pecado, e depois me confessarei. E quem sabe tu terás este tempo? Quem te dá a certeza de que não morrerás logo após o pecado? Entrementes perdes a graça de Deus. E se não a achas mais? Deus é misericordioso para quem o teme e não para quem o despreza: “Et misericordia eius timentibus eum” (Lc I). Não digas mais que dois ou três pecados dão no mesmo: Não, porque Deus perdoar-te-á dois pecados, mas não três. Deus suporta, mas não para sempre: “In plenitudine peccatorum puniat” (II Mc 5). Quando cheia está a medida Deus não perdoa mais; ou castiga com a morte ou com o abandono do pecador, de maneira que, de pecado em pecado, acabará no inferno, castigo este pior do que a morte. Atenção irmão a isto que agora lês. Acabe com isso, doa-te a Deus. Pense que este é o último aviso que te manda Deus. Basta o quanto já o ofendeste. Basta o tanto que Ele te suportou. Fica trêmulo ao pensar que ao cometer mais um pecado Deus não mais te perdoará. Presta atenção: Trata-se da alma e da eternidade. A quantos este pensamento levou para o deserto, para os conventos, para as grutas. Pobre de mim que estou repleto de pecados! Com o coração aflito, a alma pesada, o inferno adquirido, Deus perdido. Ah! Deus meu e Pai meu, ata-me em teu amor”. Considera como este negócio é de todos o mais descurado. Em tudo pensamos, na salvação nunca. Para tudo achamos tempo, menos para Deus. Fale-se a um mundano para que frequente os sacramentos, que por meia hora ao dia faça orações, responderá: Tenho filhos, netos, posses, tenho mais o que fazer… Ó Deus, e tu não tens alma? chama teus filhos e netos, eles te tirarão do inferno, terão este poder? Você não pode por de acordo Deus e o mundo, paraíso e pecado. A salvação não é negócio que possa ser tratado levianamente; é preciso usar de violência contra si mesmo, é preciso coragem se queres ganhar a coroa imortal. Quantos cristãos se vangloriavam de poder postergar o serviço devido a Deus, e mesmo assim, salvarem-se… Agora estão no inferno! Que rematada loucura, pensar no que logo passa, e tão pouco pensar no que jamais terá fim! Ah cristão, pensa no que já fizeste! Pensa que em breve desalojarás desta terra e irás para a casa da eternidade!Pobre de ti se fores danado! Não terás mais a chance de remediar. Considera o que vem a seguir e diga: “Tenho uma alma, se a perder perdi tudo: Tenho uma alma, se em troca dela obtiver um mundo de que me servirá? Se me torno um grande homem e perdo a minha alma o que me ajuda? Se acumulo riquezas, se aumento o tamanho de minha casa, se faço crescer os meus filhos, nada lhes faltando, se perder a minha alma do que me valerá tudo isso? A que valeram as riquezas, as grandezas, os prazeres, as vaidades a tantos que viveram no mundo e que agora são pó numa fossa e já confinados no inferno? Então, se a alma é minha, se tenho uma alma e a perder, perde-la-ei para todo o sempre, devo pensar na minha salvação”. Este ponto é muito importante. Trata-se de sermos para sempre felizes ou para sempre infelizes. “Ó meu Deus, confesso e envergonho-me de, até agora, ter vivido como cego, se ter ido para tão longe de Ti e de não ter pensado em salvar esta única, minha alma. Salvai-me, ó Pai, por Jesus Cristo: Alegro-me em tudo perder contanto que não vos perda, meu Deus.
-Maria, esperança minha, salvai-me com vossa intercessão”.


Meditação para terça-feira
Sobre o pecado mortal

Considera como tu, criado por Deus para amá-Lo, te rebelaste contra Ele com ingratidão infernal; tratas-te-o como inimigo, desprezas-te sua graça, a sua amizade. Quem peca o que faz? Dá às costas a Deus, perde o respeito para com Ele, levanta a mão para dar-Lhe uma bofetada, põe aflito o coração de Deus: “Et
afflixerunt Spiritum Sanctum eius” (Is 63). Quem peca diz a Deus: “Vá para longe de mim, não quero obedecer-Te, não, não quero servir, não quero e conhecer-Te como meu Senhor: Não Te quero como Deus, o meu Deus é o prazer, o interesse, a vingança”. Assim você falou em teu coração quando preferindo a criatura no lugar de Deus. Santa Maria dos Loucos não podia acreditar que um cristão pudesse, de olhos abertos, cometer um pecado mortal: E você que está lendo, o que diz? Quantos pecados mortais você cometeu? “Deus meu, perdoa-me, tenha piedade de mim. Te ofendi, bondade infinita: odeio os meu pecados e me arrependo de, erradamente, ter-te ofendido, ó meu Deus digno de infinito amor”. Considera o que te dizia Deus quando pecavas: Filho, eu sou o teu Deus, que do nada te criou e te recomprou com o meu sangue; proíbo-te pecares sob pena de tua desgraça. Mas você, pecando, disse a Deus: “Não quero obedecer-te, quero ter este prazer e não importa o quanto Te dôa e que eu fique sem tua graça”. “Dixisti, non serviam”. “Ah! meu Deus…E dizer que várias vezes fiz isso… Como pudeste me suportar? Ó tivesse eu morrido antes de ofender-Vos…Não quero mais magoar-Vos: Quero amar-Vos, Bondade infinita! Dá-nos a perseverança; dá-nos o Teu Santo Amor”.  Considera que Deus abandona o pecador quando o número de pecados chega a certo ponto: “Dominus Patienter Exspectat, ut cum iudicii dies advenerit in plenitudine peccatorum puniat (II Mac 6,14)”. Então, irmão meu, se de novo tiver gana de pecar não digas mais: “Depois hei de confessar-me!” E se Deus, neste mesmo instante, tira tua vida? E se Deus te abandona? O que será de ti por toda a eternidade? Muitos perderam-se desta maneira. No entanto, esses muitos, esperavam o perdão mas aí chegou a morte e então danaram-se. Teme, e treme, que o mesmo não suceda a ti. Não é digno de misericórdia quem quer servir-se da bondade de Deus para ofendê-Lo. Depois de perdoar tantos pecados mortais que você cometeu, é justo temer a falta de perdão ao cometer mais um pecado mortal. Dê graças por Ele te esperado até agora. De hoje em diante diga sempre: “Senhor, Já basta o tanto que Vos ofendi; o restante de minha vida quero gastá-Lo amando-Vos e a chorar pelas ofensas que Vos dirigi. Arrependo-me de todo o coração. Meu Jesus, quero amar-Vos, daí-me forças.
Maria, minha Mãe, ajudai-me. Amém”.


Meditação para Quarta-feira:
Sobre a Morte

Considera como esta vida há de acabar. A sentença proferida: você tem que morrer. A morte é certa, mas não se sabe em que momento virá. O que se requer para morrer? Uma parada do coração, o rompimento de uma veia no peito, uma sufocação por catarro, um bocado de algo da garganta a mordedura de um animal venenoso, uma febre, uma picada, uma chaga, uma inundação, um terremoto, um relâmpago, bastam para tirar-te a vida. A morte te assaltará quando menos pensares. Quantos, à noite, puseram-se a dormir e de manhã, foram encontrados mortos. E então, isso pode ocorrer contigo também. Tantos dos que morreram de repente não pensavam em morrer assim; mas assim morreram e, se morreram em pecado, aonde estão agora? E onde estarão por toda a eternidade? Mas , de qualquer maneira haverá de chegar o dia em que verás a anoitecer mas não o amanhecer ou far-se-á dia mas a noite não verás”. Virei às escondidas, como a um ladrão à noite” diz Nosso Senhor (Mt 24,46-44). Isto foi, avisado pelo teu bom Senhor, pois que ama tua saúde espiritual. Correspondas a Deus, aproveite de seu aviso, prepara-te a bem morrer, antes que a morte chegue: “Estote parati” (Lc 12,40). É certo que tens de morrer. Acabara tua cena no palco da vida e não sabes quando. Quem sabe se em um ano, um mês, ou até mesmo amanhã. “Meu Jesus, daí-me Luz e perdoa-me”. Considera que na hora da morte estarás estendido em teu leito, assistido por um sacerdote que te lembrará de tua alma, com teus parentes, ao lado de ti, chorando… Com um crucifixo na cabeceira e uma vela aos pés, já próximo de passares para a eternidade… Tu sentirás a cabeça doendo, a visão turva, a língua
seca, as mandíbulas fechadas, o peito pesado, o sangue gelado, a carne consumida, o coração trespassado: Deixarás tudo para trás e pobre, e nú, serás jogado numa vala; aqui os vermes em os ratos roerão toda a tua carne e não restará de ti senão um bocado de pó fedorento e alguns ossos carcomidos. Abra uma fossa e veja o que restou daquele ricaço, daquele avarento, daquela mulher vã! Assim acaba a vida. Na hora da morte ver-te-ás rodeado de demônios que te porão face a face com todos os teus pecados, desde quando eras criança. Pois bem, saiba que o demônio para induzir-te a pecar, cobre e perdoa a culpa; te diz que aquela vaidade, aquele prazer, aquele rancor, nada têm de mal; que aquela conversa nada teve de malévolo… Mas na hora da morte te fará conhecer a gravidade de teu pecado é, a luz daquela eternidade para a qual hás de passar, conhecerás o mal que fizestes para ofender um Deus infinito… Vamos pois, remedia em tempo, agora que o podes, porquanto, então, não haverás mais tempo. Considera como a morte é um momento do qual a eternidade depende. Jaz
o homem perto de morrer e, por conseguinte, vizinho a uma das duas eternidades; do último suspiro depende a sorte de estar a alma a salvo ou danada para sempre, momento do qual depende uma eternidade; uma eternidade de glórias ou de penas. Uma eternidade sempre feliz ou infeliz: ou de contentamentos ou de angústias e ansiedade. Uma eternidade gozando de todo o bem ou padecendo de todo o mal. Um paraíso ou um inferno, pela eternidade. Se naquele momento te salvares, não terás mais problemas, viverás contente e beato; mas se perdes a oportunidade serás feliz e desesperado enquanto que Deus será sempre Deus. Na morte conhecerás o que significa paraíso, inferno, pecado, ofender a Deus, lei de Deus desprezada, pecados sem confissão, coisas a restituir. “Mísero de mim!” dirá o moribundo. “Daqui a poucos momentos comparecerei perante o Senhor e sabe-se lá qual será minha sentença. Para onde irei, para o Paraíso ou para o inferno? Gozar entre os anjos ou arder entre os danados? Serei, eu, um filho de Deus ou um escravo do demônio? Em poucos minutos sabe-lo-ei e, ai de mim, onde alojarei da primeira vez, ali ficarei em eterno. Ah…Daqui a algumas horas, alguns minutos, o que será de mim? O que acontecerá comigo se não ressacir aquele dano, se não restituir aquilo que não é meu, se não restituir a fama a quem a fez perder, se, de coração, não perdoar ao meu inimigo, se não me confessar bem?”. Então detestarás mil vezes aquele dia em que pecaste, aquele gosto, aquela vingança… O arrependimento será tardio e sem frutos porquanto vindo do temor do castigo e não do amor a Deus”. Ah Senhor, deste momento converto-me a Vós, não quero esperar a morte; eis que, agora, eu Vos amo, vos abraço e quero morrer abraçado a Vós. Maria minha mãe, fazei-me morrer sob Vosso manto, ajudai-me!

Meditação para Quinta-Feira
Sobre o Juízo Final

Considera que tão logo a alma sair do corpo será conduzida para diante do tribunal do Senhor Deus, para ser julgada. O Juíz é um Deus Onipotente, por ti maltratado, e encolerizado. Teus acusadores são os demônios inimigos; os processos são teus pecados; a sentença sem apelo; a pena o inferno… Não existem mais companheiros, parentes, amigos…Deverás ter-te com Deus. Então perceberás a feiura de teus pecados e não poderás desculpá-los como agora fazes. Serás examinado a respeito de teus pecados por pensamentos, por palavras, por complacência, por obras, por omissões e escândalos. Tudo será pesado na grande balança da Justiça Divina e se faltares em algo estarás perdido. “Meu Jesus e meu juiz, perdoa-me antes de julgar-me”. Considera como a Divina Justiça há de julgar toda a gente, quando (no fim do mundo) ressuscitarão os corpos para receber, junto com a alma, o prêmio ou a pena. Reflete que se fores danado pegarás de volta teu mesmo corpo que, então, servirá de prisão para tua alma desventurada. Na ocasião deste amargo encontro a alma amaldiçoará o corpo e o corpo à alma, de maneira que a alma e o corpo que agora concordam entre si na procura de prazeres proibidos, unir-se-ão a força, depois da morte, para serem verdugos de si mesmos. Se te salvares do dito encontro, teu corpo ressurgirá belo, impassível e resplandescente: e assim em corpo e alma serás digno da vida beata. E assim acabará tua cena neste teatro da vida. Acabar-se-ão todas as riquezas, os prazeres, as pompas desta terra; tudo acabou. Somente existem duas eternidades, uma de glória e outra de pena; uma bem-aventurada e outra infeliz: uma de alegrias, outra de tormentos. No Paraíso os justos, no inferno os pecadores. Pobre daquele que tiver amado o mundo e por causa dos míseros prazeres desta terra tudo terá perdido: a alma, o corpo, o paraíso e Deus.Considera a eterna sentença. Cristo Jesus voltar-se-á contra os réprobos e a eles dirá: Acabaram? Acabaram? Já, minha hora chegou, hora de verdade e de justiça, hora de desdém e de vingança. E ia, celerados, vocês amaram a maldição, que ela caia sobre vocês: Que vocês sejam malditos nos tempos, malditos por toda a eternidade. Saí da minha frente, ide, privados de quaisquer bens e carregados todas as renas, para o fogo eterno”. “Discedite a me, maledicti, in ignem aeternum” (Mt 25,41). Depois Jesus se voltará para os eleitos e dirá: “Vinde filhos meus benditos, possuir o reino dos céus posto para vós. Vinde para ser herdeiros das minhas riquezas, companheiros de minha glória; vinde cantar, em eterno, as minhas misericórdias; vinde do exílio à Pátria, das misérias à alegria; vinde das lágrimas ao riso, vinde das penas ao eterno repouso: “Venite, benedicti Patris Mei, possidete paratum vobis regnum” (Mt 25,34)”. “Jesus meu, espero, eu também, ser um destes benditos. Eu Vos amo acima de todas as coisas; desta hora em diante bendizei-me; e bendizei-me Vós, Maria minha Mãe”.

Meditação para Sexta-Feira
Sobre o Inferno


Considera como o inferno é uma prisão infeliscíssima, cheia de fogo. Neste fogo estão submersos os danados, tendo um abismo de fogo acima, um abismo aos lados, um abismo abaixo. Fogo nos olhos, fogo na boca, fogo por inteiro. Todos os sentidos têm sua própria pena: os olhos cegos pelo fumo e pelas trevas, aterrorizados pela vista dos demônios e dos outros danados. Com a audição escutarão dia e noite urros contínuos, prantos e blasfêmias. O olfato será afetado pelo fedor daqueles corpos mal cheirosos. O paladar atormentado por uma ardentíssima sede e por uma fome canina, sem jamais obter uma gota d’água nem uma côdea de pão. Por isso, aqueles infelizes encarcerados, abrasados, pela sede, devorados pelo fogo, afligidos por todo tipo de tormentos, choram, gritam, desesperam-se, mas não existe, nem existirá, quem os alivie ou console. Ó inferno, inferno! Muitas só creem quando em ti caem. Que dizes, tu que está lendo? Se tivesses, agora, que morrer, para onde irias? Tu que não suportas uma centelha de vela em tua mão, suportarás, depois, o estar em um lago de fogo, desconsolado e abandonado por todos, por toda a eternidade? A memória dos danados será sempre atormentada pelo remorso da consciência: Este é o verme que sempre roerá o danado, pensar no porque, por poucos prazeres envenenados, danou-se voluntariamente. Ó Deus, o que lhe padecerão, então, aqueles prazeres momentaneos, depois de cem mil, milhões de anos de inferno? Este verme recordar-lhe-á o tempo que Deus pôs à sua disposição para salvar-se; as comodidades que lhe apresentou o Senhor; os bons exemplos dos companheiros; os bons propósitos feitos, mas nunca seguidos. E então verá que não mais existe remédio para sua eterna ruína. Ó Deus, ó Deus que não quer ou seja todos os tormentos. O intelecto conhecerá o grande bem que perdeu: o Paraíso e Deus. “Ó Deus, ó Deus, perdoai-me por amor de Jesus Cristo”. Pecador, tu que agora não te importas em perder o paraíso e Deus, conhecerás a tua cegueira ao ver os bem-aventurados triunfarem e gozar no reino dos céus; e tu, como um cão fétido, serás expulso daquela pátria beata privado, da bela face de Deus, da companhia de Maria, dos Anjos e dos santos. Então, delirando, gritarás: “Ó paraíso de contentes, ó Deus infinito, não és, e nem serás, mais meu?”. Então vamos com a penitência…Muda de vida: não esperes que o tempo termine. Dê-te a Deus: começa a amá-lo verdadeiramente .
Roga a Jesus, Roga a Maria – que eles tenha piedade de ti.

Meditação para Sábado
Sobre a Eternidade das Penas

Considera como o inferno não tem fim: sofre-se todas as penas e todas são eternas. De modo que passar-se-ão cem anos daquelas penas, mil anos, e o inferno estará começando. Passar-se-ão cem mil, cem milhões, mil milhões de anos e de séculos e o inferno começará sempre de novo. Se um anjo levasse a um danado a notícia que Deus o quer tirar do inferno quando passados tantos milhões de séculos quantas forem as gotas de água, as folhas de todas as árvores frondosas, os grãos de areia do mar e da terra, vocês ficariam espantados; mas a verdade é que Ele (o danado) faria uma festa tão grande que vocês não superariam se recebecem a notícia de ter ganhado um reinado. Sim, pois o danado diria a si mesmo: É verdade que muitos séculos terão que escoar-se, mas
chegará um dia em que eles acabarão…Mas, ao contrário, este fim não chegará jamais; passar-se-ão todos estes séculos e o inferno de novo, começará; multiplicar-se-ão estes séculos pelos números de grãos de areia, das gotas, das folhas e, mesmo assim, o inferno começará outra vez. Todo danado faria, com
Deus, o seguinte pacto: “Senhor, acrescei minha pena o quanto quiseres, basta que haja um termo e ficarei contente”. Mas não, este termo jamais existirá. Se
ao menos o danado pudesse enganar-se a si mesmo e iludir-se dizendo: “Quem sabe um dia, Deus terá piedade de mim e me tirará do inferno!”. Não, o danado
verá sempre, diante de si, a sentença de sua danação eterna e, então, dirá: “De maneira que todas estas penas que agora padeço, não terão nunca fim? Nunca?”.
Durarão para sempre, sempre…Ó nunca! Ó eternidade!Ó inferno!Como? Os homens creem na tua existência e mesmo assim pecam e seguem vivendo em
pecado? Meu irmão, preste atenção, pense que ainda mereces o inferno, se pecares. Já arde sob teus pés esta horenda fornalha; e neste momento em que estás
lendo, quantas almas nela estão caindo? Pense que se você lá chegar não mais sairá. E se algumas vezes já mereceste o inferno, agradece a Deus por lá não
estar; e depressa remedia o quanto puderes, depressa; chora por teus pecados;  leia este ou outro livreto de espiritualidade, todos os dias; torna tua devoção a
Maria com o santo rosário diariamente e com o jejum todos os sábados; resiste às tentações chamando frequentemente por Jesus e Maria; foge às ocasiões de
pecar e se Deus te chama a deixar o mundo faze-o, deixa-o; cada coisa feita para escapar de uma eternidade de penas é pouco, é nada. “Nulla nimia securitas, ubi periclitatur aeternitas” (S.Bern). Não há cautela bastante para nos assegurar a vida eterna. Veja quantos anacoretas, para escapar do inferno, foram viver em grutas, em desertos…E você, que tantas vezes mereceu o inferno, o que faz? Que
faz? Cuidado para não te danares. Dá-te a Deus. “Maria ajudai-me”.


                                                       SEGUNDA-FEIRA:

Ó terno, ó amável, ó amante Coração de Jesus, fostes saciado de amargura e agonizastes no Jardim das Oliveiras sem alívio algum, e sem que ninguém visse vosso penar, ou ao menos vos consolasse compadecendo-se de vós. Tudo isto padecestes, ó meu Jesus, a fim de satisfazerdes pela agonia eterna que eu devia padecer no inferno por causa dos meus pecados. Fostes livremente abandonado e privado de todo socorro, a fim de me salvar, a mim que tive a audácia de abandonar a Deus e Lhe voltar as costas para contentar minhas más inclinações. Eu vos agradeço, ó Coração Amorosíssimo do meu Senhor, eu vos agradeço e me compadeço de vossas dores, principalmente vendo que padeceis tanto por amor dos homens, e que eles ficam insensíveis. Ó Amor de Jesus!... ó ingratidão humana!... ó homens, olhai este inocente Cordeiro, agonizando por vós, a fim de satisfazer a Deus pelas injurias que lhe haveis feito. Vêde-O orando e intercedendo por vós junto de seu eterno Pai. Vêde-O e amai-O... Meu terno Redentor. Tão poucos são os que pensam em vossas Dores e no vosso Amor! Quão poucos os que vos amam! Ah! Eu mesmo tive a desgraça de viver muito tempo sem pensar em Vós! Tanto padecestes para conquistar meu amor e eu não vos tenho amado! Meu Jesus, perdoai-me. Quero corrigir-me, quero amar-vos de agora em diante. Tão desgraçado seria eu, se resistisse ainda a vossa graça e por esta razão me condenasse! Todas as Misericórdias que me tendes feito, e particularmente este doce convite, pelo qual instais comigo para que vos ame, seriam meu mais cruel suplicio no inferno. Amadíssimo Jesus, tende compaixão de mim, não permitas que eu responda ainda a vosso Amor com ingratidão. Esclarecei-me e dai-me a força de vencer tudo para cumprir vossa Santa Vontade. Atendei-me, eu vos suplico, pelos merecimentos de vossa Paixão. Ó Maria, minha cara Mãe, socorrei-me. Já me tendes alcançado tantas graças do Coração de Jesus! Eu Vo-las agradeço, mas se não continuardes a proteger-me, serei sempre infiel como no passado. Auxiliai-me, pois, mãe querida, dai-me vossa Mão, protegei-me, salvai-me. Rezar:  1 Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai
                                                               
                                               TERÇA-FEIRA:

Meu Jesus, não foi a vista dos espinhos, dos açoites e da Cruz que vos causaram tanta aflição no Jardim de Gethsêmani mas foi a vista de meus pecados, cada um dos quais acabrunhou o vosso Coração Sagrado com tamanha dor e tristeza, que vos fez suar Sangue e vos reduziu ? Agonia. Eis aqui como respondi ao amor que me testemunhastes morrendo por mim. Dai-me parte da dor que sentistes por causa de meus pecados no Jardim das Oliveiras, a fim de que esta dor me conserve em aflição durante todo o resto de minha vida. Ó meu terno Redentor, pudesse eu agora vos consolar, com meu arrependimento e amor, tanto quanto vos tenho afligido! Do fundo de minha alma me arrependo, ó amor meu, de ter preferido a vós, satisfações miseráveis. Disso me pesa, ó meu Jesus, pois quero amar-vos sobre todas as coisas. Apesar de meus pecados, sei que pedis o meu amor. Pois bem, meu Deus, eu vos amo de todo o meu coração, eu vos amo de toda a minha alma. Dai-me vós mesmo todo amor que de mim quereis. Se outrora procurei a mim mesmo, quero agora procurar somente a vós. Conhecendo que me tendes amado mais que os outros, quero também amar-vos mais que os outros. Atraí-me sempre, ó meu Jesus, atraí-me cada vez mais a vosso amor pelo odor de vossos perfumes, isto é, pelos doces atrativos de vossa graça. Dai-me numa, palavra a força de corresponder ? ternura de um Deus para com um verme da terra ingrato e infiel. Ó Maria, Mãe de Misericórdia, assisti-me com vossas orações.
Rezar: 1 Pai-Nosso, Ave Maria, Glória.
                                                             QUARTA-FEIRA:

Meu Jesus, afligido pelos escândalos do mundo, eu mesmo sou um dos desgraçados cujos maus exemplos tem saturado de amarguras vosso Sagrado Coração. Dizei-me, meu Amor, como pudestes sofrer tanto por mim, prevendo as injurias que eu vos haveria de fazer? Mas, já que me suportastes até agora, não cessando de querer minha salvação, dai-me agora grande dor de meus pecados, dor igual ? minha ingratidão. Senhor, detesto do íntimo de meu coração os desgostos que vos causei. Se, no passado, desprezei vossa graça, no presente eu a estimo mais que todos os reinos da Terra. Eu vos amo de toda minha alma, ó Deus Digno de AMOR INFINITO, e não desejo viver senão para vos amar; dai-me, Jesus, mais amor; recordai-me sempre o amor que me tendes, a fim de que meu coração arda sem cessar por vós, como o vosso Coração arde por mim.  Rezar:  1 Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.

                                                                
                                            
                                          QUINTA-FEIRA:

Senhor, chorando em Gethsêmani em vossa Paixão Sacratíssima a ingratidão dos homens, choráveis também a minha ingratidão e a ruína de minha alma. Amável Redentor meu, choráveis ? vista do mal que eu fiz a mim mesmo, banindo-vos de meu coração e forçando-vos a me condenar ao inferno, depois de terdes morrido para me salvar. Deixai-me chorar agora, a mim que fiz a injúria de vos voltar as costas e de me separar de vós, depois de me haverdes dado tantas provas de amor. Eterno Pai, pelas Lágrimas que vosso Divino Filho derramou sobre mim, dai-me viva dor de meus pecados. E vós, terno e afetuoso Coração do meu Jesus, compadecei-vos de mim. Profundamente detesto os desgostos que vos causei, e tomo a resolução de não amar senão a vós. Ó Maria Mãe dos pecadores e minha Mãe amantíssima, alcançai-me a graça de um amor grande e constante ao Coração de meu amante Salvador. Rezar: 1 Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai.
SEXTA-FEIRA:

Ó meu Deus, vós me tendes prodigalizado vossos benefícios, preferindo-me aos outros; eu vos tenho prodigalizado ofensas. Ó Coração amargurado de meu Redentor, que no Jardim das Oliveiras, fostes tão afligido e atormentado pala vista de meus pecados, concedei-me, por vossos merecimentos, verdadeiro conhecimento e viva dor de minhas faltas. Meu Jesus, cheio estou de vícios, mas vós que sois onipotente, podeis encher-me de vosso Santo Amor. Ponho, pois, toda minha confiança em vós, bondade e misericórdia infinita. Ó Bem Supremo, arrependo-me de vos ter tantas vezes ofendido. Quem me dera ter morrido antes do infausto dia em que cometi o primeiro pecado! Desde hoje tomo a resolução de vos amar de todo o meu coração e de não amar mais senão a vós. Ó Bondade Infinita, eu vos adoro agora por aquele tempo em que, infeliz, de vós me afastei. Eu vos adoro por todos aqueles que não vos adoram. Eu vos amo por todos aqueles que não vos amam. Em vós creio, em vós espero, e dedicando-vos meu coração, ofereço-me todo a vós. Assisti-me com vossa graça. Muito fraco sou, bem o sabeis. Mas se me tendes prodigalizado tantos favores quando eu não vos amava, que não devo esperar de vossa Misericórdia agora que vos amo e desejo amar-vos para sempre? Terno Coração de Jesus, dai-me vosso Amor, mas um amor fervoroso, que me faça esquecer todas as criaturas. Amor forte que me faça vencer todas as dificuldades para vos agradar. Amor constante, que me ligue a vós com laços indissolúveis. Ó Maria, Mãe do Belo Amor, obtende-me a graça de viver sem reserva para Jesus. Rezar: 1 Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai.
                                                      SÁBADO:

Ó meu Jesus, é pouco um coração para vos amar! Ah, se eu possuísse os corações de todos os homens! Mas ainda seria pouco. Que ingratidão será, pois, meu Jesus dividir meu coração entre vós e as criaturas! Não, meu Amor, nada de partilha. Vós quereis e mereceis meu coração todo. Eu quero vo-lO dar inteiramente. Se não sei vo-lO dar como devo, tomai-o vós mesmo, a fim de que eu possa em verdade vos amar ó Deus do meu coração. Rogo-vos, Divino Redentor meu, pelos merecimentos infinitos da vida que quisestes passar por mim nas humilhações e padecimentos, concedei-me a verdadeira humildade que me faça amar a vida obscura e desprezada. Fazei que eu abrace com amor as enfermidades, as afrontas, as perseguições, as penas interiores e todas as cruzes que me vierem de vossa Mão. Fazei que eu vos ame, e depois tratai-me como for de vosso agrado. Ó Coração amante de Jesus, abrasai-me de amor para convosco e fazei-me conhecer o imenso bem que em vós se acha. Fazei que eu seja todo vosso antes de morrer. Eu vos amo, ó meu Jesus, tão digno e tão desejoso de meu amor, eu vos amo de todo meu coração e com toda minha alma. Rezar 1 Pai,Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai.
                                                        DOMINGO:

Ó Coração Amabilíssimo de meu Divino Salvador! Coração digno de reinar sem partilha em todos os corações, quem me dera poder fazer conhecer a todos os homens o amor que lhes tendes e os favores que cumulais as almas que vos amam sem reserva! Ó Coração Amantíssimo, muito infeliz é o coração que não vos ama. Senhor, vós morrestes na Cruz, sem alivio algum, por amor dos homens. Como, depois disto, estes mesmos homens podem viver sem pensar em vós? Ó Amor de Jesus!... ó ingratidão dos homens!... Meu Jesus, quão pouco sois amado! Insensato que sou. Eu mesmo vivi tantos anos sem pensar em vós, acumulando faltas sobre faltas. Amabilíssimo Redentor meu, o que me faz gemer, é menos ter merecido vossa ira, que ter desprezado vosso Amor. Ó Dores de Jesus, ó ignomínias de Jesus, fixai-vos em meu coração: nele viva sem cessar vossa doce lembrança, para continuar em vosso Amor. Eu vos amo, meu Jesus. Eu vos amo, meu Soberano Bem. Eu vos amo, meu Amor, meu Tudo. Eu vos amo sem reserva e quero amar-vos sempre. Não permitas que eu tenha ainda a desgraça de vos deixar e vos perder. Fazei que eu seja todo vosso. Concedei-me esta graça pelos merecimentos de vossa morte. Nela ponho toda a minha confiança. Confio igualmente em vós, ó Maria, minha Augusta Rainha. Fazei que eu ame a Jesus Cristo, e sede também meu Amor. Vós sois minha Mãe e minha Esperança.   1 Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória ao Pai.





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