terça-feira, 29 de maio de 2012

virtude da castidade




Esta obra, como se vê, é destinada propriamente às Monjas; mas cumpre notar que, tirados poucos pontos especiais para as religiosas, todos os outros convém i-gualmente aos demais religiosos no que respeita a observância dos votos, disciplina regular e perfeição do seu estado; e também aos seculares no que se refere à prática das virtudes cristãs.

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.As virgens que tiveram a felicidade de se dedicarem ao amor de Jesus Cristo, consagrando-lhe o lírio de sua pureza, tornam-se primeiramente tão queridas de Deus como os anjos: Serão, disse Jesus, como anjos de Deus no céu, e isto graças a virtude da castidade1.
Pelo contrário, perdendo esta virtude, se fazem semelhantes ao demônio. “A castidade faz anjos, a-firma Sto. Ambrósio: quem a guarda é um anjo, e quem a perdeu é um demônio”.
Baronio refere que na morte de uma virgem cha-mada Jorgia, viu-se voar ao redor um grande bando de pombas; e, quando seu corpo foi levado a igreja, estas vieram pousar sobre o teto justamente em cima do lugar em que estava o esquife, e dali não se foram senão depois que foi dado à sepultura. Nestas pom-bas todos julgaram ver anjos que, a seu modo, hon-ravam o corpo virginal.
É com razão que a virgindade se chama virtude angélica e celeste, porque, segundo Sto. Ambrósio, esta virtude achou no céu o que deve imitar na terra,

e é no céu que foi tirar e aprender as regras de vida, e lá achou o próprio Esposo.
. — Além disso, a virgem que consagra a Jesus Cristo sua virgindade, torna-se esposa dele; donde o Apóstolo, escrevendo aos seus discípulos, não teme dizer: Eu prometi a Jesus Cristo apresentar-lhe vos-sas almas como outras tantas esposas. E Jesus mesmo, na parábola das virgens quer ser chamado seu esposo: Saíram ao encontro do esposo, ... com ele entraram no festim das nupcias.
Relativamente aos demais fiéis, toma o título de Mestre, de Pastor e de Pai; mas, em relação às vir-gens, adota o de Esposo. Dai este belo verso de S. Gregório Nazianzeno: Castaque virginitas decoratur conjuge Christo: Nobre virgindade que tem Jesus por Esposo.
Tal aliança se contrai pela fé, segundo a palavra de Oséas: Eu te desposarei na fé.
Esta virtude da virgindade foi merecida especial-mente por Jesus Cristo para os homens. É por isso que está escrito que as virgens seguem o Cordeiro por toda a parte em que ele vai.
A Mãe de Deus disse à certa alma que uma es-posa de Jesus deve amar todas as virtudes, mas de modo particular a pureza que mais do que qualquer outra contribue para torná-la semelhante ao seu divi-no Esposo. É certo, como diz S. Bernardo, que todas as almas justas são esposas do Senhor: Nós somos sua esposa, diz o Santo, e todas as almas justas não são mais do que uma mesma esposa, e cada alma em particular é uma esposa de Jesus Cristo8. Toda-via, segundo nota Sto. Antônio de Pádua, as virgens
consagradas a Deus o são de um modo especial. Por isso, S. Fulgêncio chama a Jesus Cristo Esposo único de todas as virgens que lhe são consagradas.

 — Uma jovem, quando quer estabelecer-se no mundo, se é prudente, antes de tudo, indaga com cuidado qual dos pretendentes à sua mão é mais dig-no e capaz de a fazer feliz na terra.
Ora, a religiosa, ao fazer a profissão, se desposa com o próprio Jesus Cristo. E por isso o Bispo lhe diz: “Eu vos uno a Jesus Cristo. Que ele vos guarde de toda a mancha. Recebei, pois, como sua esposa, o anel da fidelidade, afim de que, servindo-o lealmen-te, sejais coroada para a eternidade”.
Recorramos, pois, à Esposa dos Cantares que conhece perfeitamente todas as qualidades do divino Esposo, e lhe perguntemos quem é ele: Dizei-me, ó Esposa santa, quem é o vosso bem amado, único objeto de vosso amor, e quem vos faz a mais feliz de todas as mulheres. — Ela vos responderá: Meu amado é todo cândido de inocência e rubro das cha-mas de amor de que arde pelas suas esposas. Em uma palavra, é tão belo, tão repleto de todas as virtu-des, e, ao mesmo tempo, tão doce e tão afável que, entre todos os esposos, se torna o mais estimável e o mais amável possível. — Com efeito nada iguala a sua magnificência, nem à sua glória, nem à sua bele-za, nem à sua munificência diz Sto. Eucherio
Saibam, pois, as virgens felizes que se consagra-ram a Jesus Cristo, conclui Sto. Ignacio mártir; sai-bam qual o Esposo a quem tiveram a felicidade de se unirem. Nunca, nem na terra, poderão achar outro tão belo, tão nobre, tão rico e tão amáve.


 — Convencida desta verdade, Sta. Clara de Montefalco ligava tanta importância à sua virgindade, que antes de perdê-la, dizia, teria preferido sofrer as penas do inferno toda a sua vida. — E quando ofere-ceram a Santa Ignez para seu esposo o filho do pre-feito de Roma, esta gloriosa virgem teve bastante ra-zão de responder, segundo refere Sto. Ambrósio, que ela havia achado um partido muito mais vantajoso.
Tal foi também a resposta de Sta. Domitila, so-brinha do Imperador Domiciano, às pessoas que ten-tavam persuadi-la de que podia sem temor casar-se com o conde Aureliano, visto que este, embora fosse gentio, consentia que ela continuasse a ser cristã: “Mas, dizei-me, respondeu, se apresentassem à uma jovem, de um lado, um grande monarca, e, de outro, um pobre paisano, qual dos dois escolheria para es-poso? Para aceitar a mão de Aureliano, deveria eu abandonar o Reino do céu! Não seria isto uma loucu-ra? Dizei, pois, a Aureliano que renuncie o seu inten-to”. E assim, para permanecer fiel a Jesus Cristo a quem tinha consagrado sua virgindade, resignou-se a ser queimada viva por ordem de seu bárbaro preten-dente..
A virgem Sta. Suzana respondeu o mesmo aos enviados do Imperador Diocleciano que a queria fa-zer Imperatriz, dando-lhe por esposo seu genro Ma-ximiano a quem proclamara César. E por esta recusa foi condenada à morte.
Muitas outras santas virgens, para se desposa-rem com Jesus Cristo, recusaram núpcias reais, co-mo a B. Joanna de Portugal às de Luiz XI, Rei de França; A B. Ignez de Praga as do Imperador
Frederico II; Izabel filha do Rei da Hungria e herdeira do reino as de Henrique Arquiduque d’Áustria, e outras.

fonte: A VERDADEIRA ESPOSA DE CRISTO
STO AFONSO MARIA DE LEGÓRIO

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